Câmara promoveu audiência pública para discutir greve dos procuradores municipais de T. Otoni

Câmara promoveu audiência pública para discutir greve dos procuradores municipais de T. Otoni

Mesa diretora dos trabalhos durante a audiência pública

— Por David Ribeiro Jr. | Da REDAÇÃO

Na noite da última quinta-feira (12/05) a Câmara Municipal de Teófilo Otoni promoveu, no auditório do SESC, uma audiência pública para discutir eventuais soluções para a greve dos procuradores públicos municipais que já dura vários dias (leia mais aqui). Paralelamente à discussão em torno da greve, também foi colocada em pauta a Lei Orgânica e o Plano de Carreira dos Procuradores.

O presidente da Câmara Municipal, vereador Fábio Lemes (dir), e Juvenal Júnior (esq), que presidiram a sessão

O evento foi aberto pelo presidente da Casa, vereador Fábio Lemes (Avante). Uma vez que Fábio tinha outros compromissos previamente agendados, a sessão teve continuidade sob a presidência do vereador Juvenal Júnior (Podemos), autor do requerimento para a realização da audiência.

Ao evento compareceram várias autoridades ligadas ao tema, tais como a presidente da 28ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (em Teófilo Otoni), Beatriz Cicci Neves; a procuradora-geral do Município, Liliane Menezes; o secretário municipal de Governo, Pio de Castro Mota; o procurador Thiago Newmann; o advogado José Gaspar, representando a seccional da OAB; além de várias outras autoridades.

No plenário acompanhavam a reunião vários procuradores, representantes do Sindicato dos Servidores Municipais (SINDISETO), representantes do Sindcomércio-TO… todos interessados em acompanhar uma solução.

O primeiro nome a se pronunciar foi o Dr. Alessandro Miranda, procurador do Município, que explicou aos presentes as atribuições da Procuradoria Municipal e os riscos de a instituição não funcionar de forma eficiente.

O procurador municipal Alessandro Miranda foi o primeiro a se manifestar

Acompanhe, a seguir, alguns momentos importantes com base nos pronunciamentos apresentados:

O Dr. Thiago Newmann, procurador do Município, disse que é consenso por parte de todos os servidores municipais ser necessária uma revisão das atribuições funcionais, mas lembrou que a Procuradoria tem uma atuação transversal — pois acompanha todas as demandas da Prefeitura: de um simples ofício até um pequeno ato administrativo. O Dr. Thiago ainda fez um paralelo a respeito da disparidade salarial do que ganha um procurador em Teófilo Otoni quando comparado com várias das cidades da região.
A Dra. Liliane Menezes explicou que, de fato, a Lei que rege o trabalho da Procuradoria está defasada, mas este não é um problema único ou exclusivo de Teófilo Otoni. Segundo ela, no próprio texto da Constituição Federal há mais de cem artigos que precisam da devida regulamentação. Com relação à questão salarial e a uma legislação específica, Liliane disse que o Município tem, sim, dificuldade para regulamentar uma nova legislação — porque o gestor municipal precisa administrar a Prefeitura pensando no conjunto dos servidores; Disse, ainda, que o Plano de Cargos e Salários é uma realidade. “É demorada? É. Mas tem avançado”, explicou.
Por sua vez, o secretário municipal de Governo, Pio de Castro Mota, disse ser necessário ressaltar que há por parte deste governo uma orientação para respeitar o direito de manifestação grevista de todos os servidores, inclusive dos procuradores. “Dentro das possibilidades do Município, o prefeito tem feito o que é possível para encontrar uma solução que seja viável para todas as partes, até porque, como disse a Dra. Liliane, a questão salarial, que é uma das principais demandas, é comum a todas as demais categorias dos servidores”.
Já a advogada Beatriz Cicci Neves, presidente da 28ª Subseção da OAB, lembrou que o papel da sua entidade como órgão de representação da classe é buscar defender os direitos dos advogados, tanto dos que exercem a advocacia privada quanto a advocacia pública — como no caso dos procuradores. Segundo Beatriz, a questão é muito mais complexa do que falar apenas em ‘aumento de valores’. “A lei que está sendo reivindicada pelos procuradores vai muito além dos rendimentos. Foi por isso que a OAB, assim que foi acionada pelos procuradores, oficiou ao Município pela busca de soluções”.
O advogado José Gaspar, representando a Seccional da OAB, disse que é um compromisso da entidade “não deixar que o salário do advogado seja aviltado”, e isso vale tanto para o advogado que exerce a sua função na iniciativa privada quanto no serviço público.

Também fizeram uso da palavra os vereadores Halley, Ugleno Alves, Robertinho Crescêncio e Eliane Aguilar, além de vários servidores da Procuradoria.

Todos os vereadores, bem como as demais autoridades presentes, apoiaram a criação da Lei Orgânica da Procuradoria Municipal e a valorização salarial da categoria. Ainda na reunião foi montada uma comissão para que as demandas levantadas na Audiência tenham o devido prosseguimento.



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