Câmara recorre contra decisão sobre impeachment de Temer

Câmara recorre contra decisão sobre impeachment de Temer

Em recurso enviado ao STF, advogado da Casa questionou decisão do ministro Marco Aurélio que determinou que Eduardo Cunha desarquive o pedido de afastamento do vice.

O vice-presidente da República, Michel Temer - 16/11/2015 (Evaristo Sá/AFP)
O vice-presidente da República, Michel Temer – 16/11/2015 (Evaristo Sá/AFP)

A Câmara dos Deputados enviou recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que determinou que o presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desarquive e dê prosseguimento a um pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer.

No recurso, o advogado da Câmara argumenta que não havia “razão jurídica” para a decisão de Marco Aurélio e classifica a medida do ministro como “inusitada, inovadora e absolutamente incongruente”.

“Algum argumento político pode justificar esse comando judicial, mas jurídico não há nenhum. Para o bem da República, e para preservar as instituições e a independência dos Poderes, o Poder Judiciário deve se ater principalmente a aspectos jurídicos, como se o processo não tivesse capa nem nome, e não sob a ótica política. Não é nada saudável esse tipo de intervenção”, escreve o advogado da Câmara, Renato Oliveira Ramos.

Em seu despacho, Marco Aurélio entendeu que Cunha extrapolou suas atribuições ao arquivar a denúncia contra Temer, por entrar no mérito do pedido. O caso chegou ao gabinete do ministro por questionamento do advogado Mariel Márley Marra, que pedia o prosseguimento da denúncia apresentada por ele contra o peemedebista.

O advogado da Câmara argumenta que a decisão de Marco Aurélio desrespeita orientação da Corte sobre a competência do presidente da Casa e a impossibilidade de revisão judicial de matérias internas do Legislativo. Para a Câmara, a análise do presidente não fica restrita apenas às formalidades do pedido de impeachment, cabendo rejeição da denúncia quando for “despida de justa causa ou insubsistente”.

O advogado da Câmara cita ainda a decisão do ministro Celso de Mello que, um dia após o despacho de Marco Aurélio, negou um novo pedido para desarquivar uma denúncia contra Temer na Câmara, em defesa do princípio da separação dos poderes.

(Com Estadão Conteúdo)



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