Banco Central ainda previu, em relatório, aumento de 13,7% dos preços administrados e de 9,3% da gasolina.
Além de revisar para cima os números da inflação e da queda no Produto Interno Bruto (PIB), o Banco Central elevou a projeção de aumento no preço das tarifas de energia elétrica de 41% para 43,4% para 2015. Os reajustes aplicados às contas de luz são um dos principais vilões da inflação.
Com o aumento do valor da eletricidade, a instituição também reajustou a previsão de alta dos preços administrados de 11% para 13,7%. Contribuiu ainda para inflar esses valores a projeção de aumento nos preços da gasolina, de 9,3%, e do gás de bujão, de 4,3%. Na contramão desse movimento, o BC espera uma redução de 3% nas tarifas de telefonia fixa.
As projeções fazem parte do Relatório Trimestral da Inflação divulgado nesta quarta-feira pelo Banco Central. No documento, a instituição admite que não conseguirá levar a inflação para o teto da meta, de 6,5%, e que ela chegará a 9% em 2015. Além disso, o documento também projeta um encolhimento do nível da atividade econômica do país da ordem de 1,1%. Se confirmado, será o pior resultado do PIB em 25 anos.
A conta de luz está encarecendo por causa do acionamento das termelétricas, plano executado desde 2012, diante da falta de água para mover as hidrelétricas. Naquele ano, o governo tentou baixar a conta de luz de maneira artificial, renegociando os contratos com as distribuidoras de energia. O consumo de energia foi incentivado através do barateamento da conta, contrariando todos os sinais de que o período seco poderia ser mais rigoroso, o que causaria um esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas. O planejamento de geração de energia foi negligenciado por anos e, quando o cenário de seca se confirmou, a única solução emergencial foi pagar caro pela energia.
Fonte: VEJA