— Por David Ribeiro Jr. —
TEÓFILO OTONI
Com a chegada de fevereiro, o início do ano político começa a dar sinais de vida em Teófilo Otoni… Só começa.
Novidades de verdade só são esperadas para depois do Carnaval, mas, acredite: muito depois. Se você fizer uma rápida retrospectiva verá que, em se tratando de política, a nossa cidade está muito longe de ter a vivacidade de outros centros até menores do que nós. Isso se dá por um motivo muito preocupante: Nós perdemos a nossa veia política. Perdemos o tino. A política, para a maioria dos nossos líderes locais, se tornou um mal necessário, algo do qual não se pode escapar, e do qual, quando se chega o momento, alguém é escolhido — ou imposto — para ser o autêntico representante da nossa gente atuando nesse ou naquele cargo político.
Nesse ano de 2022 teremos a eleição para deputados estaduais e federais, que, entre os cargos disputados, são os que têm mais afinidade ou proximidade com a população local. O interessante é que, embora estejamos a nove meses da eleição, ninguém sabe quem “são”, ou quem “serão” os candidatos. Em outros tempos a essa altura já teríamos um verdadeiro desfile de nomes se apresentando com a alcunha de pré-candidatos. Agora, nem isso. Para deputado estadual, por exemplo, sabe-se que Neilando Pimenta (Podemos) deve disputar a reeleição para o quarto mandato. Mas não é uma certeza. Ele não veio a público para confirmar o interesse, embora esteja dando passos nesse sentido nos bastidores. No cargo de deputado federal nós temos, atualmente, Fábio Ramalho (MDB), mas alguém sabe dizer com certeza se ele será candidato à reeleição?
Houve um tempo em que nós tínhamos grandes nomes de homens públicos quase que pré-estabelecidos. Quem lê e estuda um pouco mais a história de Teófilo Otoni e região não pode deixar de pensar em Manoel Pimenta, Tristão da Cunha, Aécio Cunha, Patrício Gomes, Petrônio Mendes… Mais recentemente tivemos nomes como Luiz Leal, Kemil Kumaira, Wander Lister, Maria José Haueisen Freire, Getúlio Neiva (atualmente incapacitado) e Edson Soares (que depois de desistir de ser candidato a prefeito em 2020, tem se dedicado à vida privada).
Muitos outros nomes têm se dedicado nas últimas décadas a se tornarem ícones políticos. Alguns até ganharam certa projeção: Fábio Ramalho (que já citei), Ademir Camilo, Neilando Pimenta (também já citado), Jorge Arcanjo (mesmo sem mandato eletivo), Samir Sagih El Aouar, Fábio Marinho, mas, verdade seja dita, nenhum outro nome conseguiu alcançar — e olha que foi em pouco tempo — a dimensão política de Daniel Sucupira, atual prefeito de Teófilo Otoni.
Daniel soube trabalhar muito bem o seu nome, fazer uso das redes sociais e se projetar tanto na cidade quanto fora dela. É por isso que, atualmente, é pré-candidato do Partido dos Trabalhadores ao Governo do Estado. Se será ou não candidato, são outros quinhentos; mas, se não for, não será por falta de méritos. Sugiro que você leia o seguinte texto: E quanto ao futuro político de Daniel Sucupira? Ele sai mesmo candidato a deputado?
Mesmo que Daniel não tenha chegado — ainda — a cargos proeminentes como ocorreu a Fábio Ramalho (que foi vice-presidente do Congresso Nacional, e até esteve sentado na cadeira da Presidência da República por algumas horas), ninguém duvida que Daniel possa chegar lá. Mesmo como prefeito de primeiro mandato, já chegou à tesouraria da AMM e hoje é um dos nomes mais destacados entre as cem maiores cidades do Estado. Além de ser o pré-candidato do PT ao Governo do Estado, também é cotado para ser o vice numa chapa encabeçada pelo atual prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil. E, que fique claro: Não estou aqui venerando Daniel ou tentando pintar a imagem de uma carreira política perfeita e sem cheia de erros. Não mesmo. Cometeu erros aos montes… mas ainda assim está bem à frente daqueles que o criticam sem ter o que mostrar para se contrapor a ele.
O único nome que vejo, atualmente, com o mesmo potencial que Daniel Sucupira é o do atual prefeito de Caraí, o médico Dr. Héber Neiva, o Vavá, que, na falta de outras palavras, revolucionou a administração pública da sua cidade através de um choque de gestão que implementou e que, incontestavelmente, fez medir Caraí em antes e depois da sua administração.
Mas, insisto, além desses dois nomes, temos muito pouco. E, antes que eu seja mal-interpretado, não estou aqui desmerecendo Fábio Ramalho, Neilando Pimenta, Ademir Camilo, Laura Serrano, Coronel Sandro Lúcio, Hercílio Coelho Diniz, Leonardo Monteiro… Não. Não é nada disso. Quem sou eu para julgar a competência, o trabalho e a importância da atuação parlamentar de todas essas pessoas?! Eu teria de ser muito arrogante. O que estou avaliando aqui é a projeção pública do nome deles em um ano eleitoral. Apenas isso e nada mais. Como profissional de comunicação que está há quase trinta anos no mercado, entendo um pouco de imagem pública. E a deficiência na imagem pública da maioria dos nomes elencados aqui é tão flagrante que o minasreporter.com está há quase quatro meses tentando fazer uma lista de pré-candidatos minimamente factível entre os nomes de nossa região, mas, adivinha? A maioria dos supostos nomes escorregam de confirmar até se pretendem — e não se vão — se apresentar como pré-candidatos.
É por isso que ouso afirmar que, mesmo em se tratando de ano eleitoral, teremos um período de pouca movimentação política em nossa cidade e, com base no momento atual, ouso dizer que será uma campanha muito parada. Ao que tudo indica, as atenções estarão mesmo bastante concentradas nos nomes de Daniel Sucupira — que é pré-candidato ao Governo do Estado —, e Vavá, de Caraí, que deve sair candidato a deputado federal. Mas isso eu digo com base no atual momento político. É claro que as coisas podem mudar. E tomara que mudem! Merecemos mais do que votar no menos pior.
E, como eu sempre digo:
Quem viver, verá!