Detentos da Penitenciária Francisco Floriano de Paula, em Governador Valadares, fizeram uma rebelião na noite desse domingo (7). O motim começou no pavilhão 2, onde ficam cerca de 350 presos. Segundo a Secretaria de Estado, não houve feridos e nem reféns.
Equipes da Polícia Militar foram acionadas para auxiliar a conter os presos e, no fim da noite, o detentos se entregaram. Parentes estavam na porta, e foram avisados do fim do motim. A mãe de um detento disse que os agentes têm impedido que parentes levem comidas, medicamentos, cobertas e chinelos para os detentos.
“No plantão de sábado, as agentes mandaram a gente jogar fora a comida que trouxemos. Eu trouxe uma manta pro meu filho e não deixaram entrar, voltou todo mundo com a manta. Produtos de mercearia, se a gente trouxer, fazem a gente jogar fora, e estão judiando muito dos visitantes e dos presos”, disse a mãe, que não quis se identificar.
Outra mulher que aguardava na porta do presídio, também parente de detento, reforçou as reclamações. “A comida [dentro da penitenciária] é péssima, só pelo cheiro já percebe, e se você olhar muito a comida você vomita antes de comer. O único dia que eles comem bem é no dia de visita, mas fazem a gente jogar fora. Eu já trouxe purê de batata, que jogaram foga. A gente pede para chamar o diretor, falam que ele não tá, ele não vem. Com certeza [a rebelião] é por maus tratos”.
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a ação começou após os agentes frustrarem uma tentativa de fuga no pavilhão 02 da unidade prisional. “Os presos então iniciaram um motim quebrando cadeados e saindo para o pátio de banho de sol. Após as negociações, foi realizada uma revista geral e os presos retornaram para as celas”.
A nota diz ainda que a Polícia Militar esteve na penitenciária dando apoio à operação. “A direção da unidade prisional confeccionou o Registro de Eventos de Defesa Social (REDS) e instaurou uma investigação preliminar para apurar os fatos. Um procedimento interno também foi aberto para o levantamento dos danos ao patrimônio”, encerra. Sobre a denúncia de maus tratos, alegada pelos parentes, a Sejusp não se manifestou.
(Fonte: G1 Vales de Minas)