Em seu primeiro pronunciamento após a aprovação do impeachment, Dilma Rousseff (PT), diz que foi vítima de “injustiça” e classificou novamente o episódio de seu afastamento como golpe de estado e anunciou que fará oposição do governo de Michel Temer. “Não desistam da luta, eles pensam que nos venceram, mas estão enganados. Sei que todos nós vamos lutar, sei que haverá contra eles a mais firme, incansável e enérgica oposição que o governo golpista pode sofrer”, afirmou.
A presidente usou tom mais forte em relação aos últimos discursos que vinha fazendo nas últimas oportunidades, como em sua participação na sessão do impeachment na segunda-feira, no Senado.
Dilma disse que esse é o segundo golpe que ela sofre na vida, em referência ao período em que foi condenada durante a ditadura militar. “É o segundo golpe de estado que enfrento na vida. O primeiro, o golpe militar, apoiado na truculência das armas, da repressão e da tortura, me atingiu quando era uma jovem militante. O segundo, o golpe parlamentar desfechado hoje por meio de uma farsa jurídica, me derruba do cargo para o qual fui eleita pelo povo”, afirmou.
Durante toda sua fala a petista fez questão de ressaltar o caráter de golpe, tanto que repetiu por 13 vezes a palavra durante o discurso de cerca de dez minutos. Ele estava rodeada dos parlamentares petistas e dos partidos contrários ao impedimento dela.
A presidente fez questão de ressaltar que foi julgada por “corruptos investigados” e que deixa o cargo sem ter em seu currículo acusações de corrupção ou enriquecimento ilícito. “Saio da Presidência como entrei: sem ter incorrido em qualquer ato ilícito; sem ter traído qualquer de meus compromissos; com dignidade e carregando no peito o mesmo amor e admiração pelas brasileiras e brasileiros e a mesma vontade de continuar lutando pelo Brasil”, disse.
(Estado de Minas)
