Por Mary Ribeiro
Abul Bajandar, de 26 anos, ficou conhecido na região onde mora na Índia como o “homem-árvore”. O apelido surgiu devido às enormes verrugas que se assemelham a uma casca de árvore e cobrem suas mãos e pés.
A condição de Bajandar é chamada de epidermodisplasia verruciforme, popularmente conhecida como “doença do homem-árvore”. Causada por uma falha do sistema imunológico que aumenta a vulnerabilidade ao papilomavírus humano (HPV), a doença ainda é pouco conhecida e não tem cura. As poucas informações sobre a afecção mostram que não é contagiosa e está relacionada ao câncer de pele. Estima-se que sua incidência seja de menos de um caso entre um milhão, mas apenas quatro pessoas no mundo – duas na Indonésia, uma da Romênia e Bajandar, na Índia – foram identificadas com a doença até hoje.
Atualmente, Bajandar está passando por testes no Hospital Universitário de Dhaka, o maior hospital público do país e em breve deverá ser submetido a uma cirurgia para retirar as deformidades. O médico Sen, que dirige a unidade de queimados e cirurgia plástica no Hospital, disse que este é o primeiro caso em Bangladesh.
“Talvez não consigamos oferecer uma cura absoluta, mas talvez possamos ao menos tentar deixar suas mãos funcionais”, disse Samanta Lal Sem, médico responsável pelo procedimento, ao jornal local The Daily Star. A equipe responsável irá tratar o caso sem custo nenhum para o paciente.
Doença rara – De acordo com Bajandar, as deformidades começaram a aparecer há 10 anos e hoje pesam ao menos 5 kg. Inicialmente inofensivas, as verrugas cresceram a ponto de causar dor intensa e inutilizar suas mãos e pés. Diante da gravidade do problema, o pai de família precisou abandonar o trabalho como motorista e hoje vive sob os cuidados da mãe e da mulher.
A família do jovem procurou diversas maneiras de resolver o problema, no entanto, os médicos não encontravam uma explicação e os remédios receitados só pioravam a situação. O caso só começou a ter solução após a intervenção de um jornalista local que, comovido pela situação do rapaz, contatou amigos e médicos em Bangladesh e no exterior. A história finalmente chegou à ala de Sem no Hospital Universitário de Dhaka.
Casos anteriores – O outro caso conhecido dessa doença é de Dedé Koswara. O indonésio foi diagnosticado aos 35 anos e perdeu a família e o emprego de carpinteiro devido à condição, chegando a trabalhar em um circo onde ganhava a vida como “homem árvore”.
Em 2008, após participar de um documentário do Discovery Channel, Dedé foi submetido a uma série de cirurgias, nos EUA, que o livraram de boa parte das verrugas. No entanto o tratamento não foi suficiente e ano a ano as verrugas continuavam a crescer. Em 2011 ele passou por uma nova cirurgia, que também não resolveu o problema. Dede faleceu em janeiro deste ano, aos 42 anos, em um hospital de Badung, na Indonésia.
Fonte: Veja