Forte recessão do último ano foi agravada por confiança muito fraca tanto de empresários quanto de consumidores e por juros e inflação elevados.
A atividade econômica do Brasil registrou no ano passado a maior recessão em 25 anos após aprofundar a contração no quarto trimestre em meio a incertezas políticas e fiscais que se arrastam para 2016, apontaram nesta quinta-feira dados do Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB) divulgado na manhã desta quinta, recuou 4,08% no ano passado, após a queda de 0,09% em 2014. Se confirmado pelo IBGE, será o pior resultado para o PIB brasileiro desde 1990, quando houve retração de 4,35%.
Só no quarto trimestre do último ano, o indicador teve queda de 1,87% sobre os três meses anteriores, segundo dados dessazonalizados, contra recuo de 1,64% no terceiro trimestre. Em dezembro, o tombo foi de 0,52% sobre novembro, marcando o 10º mês seguido de atividade no vermelho mas melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,63%.
O IBGE divulgará os dados sobre o PIB do quarto trimestre de 2015 e do ano passado como um todo no dia 3 de março. A expectativa dos economistas e especialistas consultados pela pesquisa Focus, do Banco Central, é de contração em 2015 de 3,8%.
A forte recessão do ano passado foi agravada por confiança muito fraca tanto de empresários quanto de consumidores e por juros e inflação elevados.
A produção industrial brasileira teve seu pior desempenho histórico em 2015, com recuo de 8,3%, enquanto o volume do setor de serviços registrou o primeiro resultado anual negativo após três anos de altas.
Já o setor varejista foi se deteriorando mês a mês diante da inflação em dois dígitos, restrição de crédito e desemprego elevado.
Analistas não veem recuperação em breve, e a perspectiva no Focus para este ano é de contração de 3,33%, com as projeções para 2017 piorando a cada semana, sendo agora de uma expansão de apenas 0,59%.
O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.
(Com agência Reuters)