Por Luisa Bustamante | VEJA.com
Preso pela Polícia Federal nesta segunda-feira após voltar de viagem aos Estados Unidos, o empresário Eike Batista foi transferido do presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte do Rio de Janeiro, para o presídio Bandeira Stampa, conhecido como Bangu 9, na Zona Oeste da cidade.
A cela em que o empresário ficará preso tem capacidade para seis presos e é classificada internamente como “cela de faxina”. Isso significa que os detentos saem para trabalhar no presídio durante o dia. A maioria dos presos de Bangu 9 é composta de agentes de segurança detidos por crimes relacionados às milícias que atuam no Rio.
Parte do Complexo Penitenciário de Gericinó, o presídio Bandeira Stampa tem um déficit de vagas menor que o do Ary Franco. Bangu 9 poderia receber até 541 detentos e conta com 682, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), enquanto a unidade prisional na Zona Norte tem 968 vagas e 2 129 presos.
Antes de ser transferido, Eike Batista teve a cabeça raspada. Ao chegar a Bangu 9, o empresário deve posar para o retrato do sistema penitenciário fluminense, assim como os outros presos da Operação Calicute, como o ex-governador Sérgio Cabral e a ex-primeira dama Adriana Ancelmo.
A prisão do ex-bilionário foi decretada no âmbito da Operação Eficiência, desdobramento da Calicute. As investigações mostram que Eike repassou 16,5 milhões de dólares em propinas para a Cabral por meio de contas no exterior.
Como o empresário não tem o ensino superior completo, pode ficar em presídio comum. Ele deve prestar depoimento ainda nesta semana.