Em tempos de busca pela nova política, Filipe Costa se mostra um bom candidato a nova liderança

Em tempos de busca pela nova política, Filipe Costa se mostra um bom candidato a nova liderança

O presidente da Câmara Municipal de Teófilo Otoni, vereador Filipe Costa (PSD) — foto: Ricardo Barbosa/ALMG

— Por David Ribeiro Jr. —

Os que acompanham o meu trabalho editorial há algum tempo sabem o que penso sobre a tão apregoada, tão buscada, tão querida e tão supervalorizada “NOVA POLÍTICA”.

Desde 2013, quando começaram a ocorrer os protestos de São Paulo (inicialmente pelo não aumento das passagens de ônibus em vinte centavos), e de lá para cá não faltaram protestos contra a classe política brasileira, começou a se reivindicar essa tal de NOVA POLÍTICA como se ela fosse um ente, algo palpável, mensurável e capaz de ser encontrado quase que de forma messiânica em algumas pessoas que, supostamente, salvariam a humanidade, primeiro de si mesma, e depois da maldade característica dos políticos antigos.

Se você não achou a essência do último parágrafo uma enorme bobagem, desculpe-me, mas o(a) bobo(a) então é você. E por que digo isso? Simples. Porque a política não existe para salvar a humanidade de nada. Consequentemente, os políticos, também não.

Ao contrário do que muita gente quer fazer parecer, o problema do mundo, inclusive do Brasil, de Minas Gerais e de Teófilo Otoni, não são os políticos. O problema tem a ver com uma mentalidade equivocada que tem tomado conta da nossa gente, e que também é refletida em nosso cotidiano político. Um exemplo disso é as pessoas acreditarem que o Estado (que muita gente chama de poder público), enquanto ente, existe para cuidar da população. Não! Esta não é a função do Estado, apesar de, em parte, exercê-la. Em teoria, o Estado existe para regular a vida em sociedade, mais ou menos como ocorre em um condomínio. O condomínio não tem a obrigação de se preocupar com a autoestima de seus condôminos, e sim com o conforto e comodidade que os condôminos “pagam” para receber. Mas isso é assunto para outro editorial. Pode me cobrar depois.

Antes de falar sobre o vereador teófilo-otonense Filipe Costa, a quem remete o título deste editorial, permita-me falar, primeiro, sobre o caso do Brasil e de Minas. Como já disse antes, estamos há anos pedindo uma tal de NOVA POLÍTICA. E, supostamente, a conseguimos. Apenas supostamente, é claro!

Nacionalmente, elegemos um presidente que tem o rótulo de honesto e que se apresentava, quando candidato, como uma espécie de salvador da pátria. É claro que ele não era, nem é, salvador de nada. Eu mesmo votei nele porque acreditava, e ainda acredito, que a outra opção era ainda pior — não porque eu esperava grande coisa do Bolsonaro.

Apenas a título comparativo, o ex-presidente Michel Temer, que terminou o seu governo com uma rejeição que variava, na média, em 95%, assumiu o País com a economia em frangalhos e ainda sofreu, antes de completar um ano de governo, uma ameaça de impeachment produzida por provas forjadas. E, detalhe: Não estou aqui dizendo que Temer era inocente. Penso até que não era. Mas, como um republicano que sou, defendo o devido processo legal.

Apesar do desgaste, assim que tomou posse, Temer tratou de encontrar meios de injetar dinheiro na economia, de fazer moeda circular, seja através da antecipação do décimo-terceiro salário de alguns setores de servidores públicos, seja através da liberação de abonos, liberação de fundos retidos a título de perdas de antigos planos econômicos, e até do Fundo de Garantia em alguns casos. O resultado é que esse homem (Temer), que todo mundo criticava, parou a sangria que o País vinha enfrentando no Governo Dilma, e evitou que a situação da economia se agravasse. Não que isso o torne inocente de eventuais crimes cometidos. Mas não se pode negar o seu mérito como presidente.

E o Bolsonaro, que muitos consideravam como um salvador da pátria? Qual foi a atitude, ou a medida, adotada por ele para ajudar a economia a se aquecer nos primeiros 100 dias de governo?

Dou um doce para quem adivinhar.

E pra não dizer que estou pegando no pé do presidente, e sim expondo fatos, só no mês de março de 2019 quase 45 mil pessoas ficaram desempregadas no País (leia mais aqui). Eu sei que o Bolsonaro é bem-intencionado, mas há ocasiões em que as boas intenções não bastam.

Em Minas, tivemos o caso do Romeu Zema, que também se elegeu prometendo mudar a forma de gestão do Estado. Ele só não disse como vai fazer isso. O resultado é que Minas, por melhores que sejam as intenções do seu gestor, está apática.

Antes que alguém me acuse de defender algo diferente do que realmente proponho, não estou dizendo que os novos políticos são ruins e que os velhos é que eram bons. Nada disso! Mas também não acredito na pregação que afirma o contrário, como está na moda ultimamente. Em São Paulo, por exemplo, o governador João Dória, novo na política, tem feito um excelente trabalho, mesmo sendo filiado ao PSDB. E detalhe: a maioria das pessoas que me leem sabe o que penso do PSDB de João Dória; mas, só pra reafirmar: “O PSDB, pra ser ruim, ainda tem que melhorar muito. Mesmo assim João Dória, especificamente, tem feito um bom trabalho”.

O que estou tentando explicar a você que me lê é que não acredito em NOVA POLÍTICA e VELHA POLÍTICA, como se a primeira fosse boa e a segunda ruim. Pra mim essas definições são tão equivocadas que nem rasas são. São apenas descabidas, mesmo. O que acredito, e defendo o meu argumento, é em BOA POLÍTICA e em MÁ POLÍTICA, indiferentemente de quem a pratique. Insisto que nem tudo o que é velho é ruim. Do mesmo modo, nem tudo o que é novo é bom.

Itamar Franco foi um bom presidente da República. Foi sob seu governo que se implantou o Plano Real, que é responsável pelo maior avanço de todos os tempos na economia brasileira. Mas foi esse mesmo Itamar Franco que, como governador de Minas, lançou o Estado num enorme buraco. Esse exemplo ainda nos ensina que um mesmo político pode praticar a boa política em certas circunstâncias e a má política em outras.

Agora vamos nos concentrar em Teófilo Otoni. No título deste editorial eu disse que o atual presidente da Câmara Municipal, vereador Filipe Costa, é candidato a NOVA LIDERANÇA POLÍTICA na cidade. Daqui a pouco explico o porquê dessa declaração.

Depois de vinte e cinco anos militando na imprensa de Teófilo Otoni e região, estou muito consciente de que apenas se eleger presidente da Câmara não faz de ninguém uma nova liderança política de fato. Tudo isso é muito relativo. O que despertou a minha atenção para o trabalho do vereador Filipe Costa foi outra coisa. Foi o fato de que o vi, pelo menos em duas situações muito específicas, agir com uma grandeza que daria inveja a muitos nomes que têm sido idolatrados pelo povo como exemplos de bons políticos.

A quais situações me refiro? Explico. Primeira: a reforma da parte elétrica da Câmara Municipal (leia mais aqui). Se você clicou no link entre parêntesis, ou se já tinha lido o texto antes, deve ter notado que em momento algum o vereador se prestou ao papel de procurar por culpados pela interdição, como é bastante comum aqui na terrinha. O foco da sua fala foi na solução do problema. É dessa mentalidade que precisamos na política local.

Eu estava lá durante a coletiva e vi alguns colegas de imprensa forçando a barra para que Filipe Costa atribuísse a culpa pela interdição da Casa ao ex-presidente Fábio Lemes, que havia promovido uma reforma no ano passado (leia mais aqui, aqui e aqui). Filipe preferiu não se prestar a este papel. Deixou bem claro que a sua função, enquanto presidente que estava, era resolver o problema. E é bom ressaltar que Fábio Lemes, o ex-presidente, foi seu adversário na eleição para a Presidência da Câmara em dezembro passado. Seria muito fácil Filipe partir para apelação, mas preferiu o caminho da ética. Ponto pra ele!

A segunda situação em que vi Filipe Costa agindo com grandeza foi mais recente. Tem a ver com uma notícia falsa que andou circulando nas redes sociais, mas cuja autoria, só pra variar, era anônima. A tal notícia afirmava que o presidente da Câmara mantinha o ex-cabo da Polícia Militar, Nathan Rodrigues Ferreira, filho do vereador Taquim da Sucam, como contratado da Câmara Municipal com um salário de R$ 5 mil por mês. A notícia era tão falsa quanto nota de três reais. Mais uma vez Filipe tinha tudo para usar a situação para partir pra cima da oposição e dos seus adversários e dizer que pessoas que só queriam tumultuar o processo político estavam plantando notícias falsas em redes sociais para desarticular e desacreditar a sua pessoa e a sua gestão à frente da Câmara. Só que, mais uma vez, preferiu o caminho da ética e apenas desmentiu a notícia sem atacar ninguém. E ainda se colocou à disposição de quem quisesse acompanhar a questão. Mais uma vez, ponto pra ele!

Bem… antes que eu seja acusado também de estar lançando Filipe Costa pré-candidato a prefeito de Teófilo Otoni, não estou. Eu até penso que hoje ser prefeito de Teófilo Otoni é um enorme abacaxi. Se eu fosse ele, no caso de querer se manter na vida pública, me focaria numa eleição para deputado estadual, por exemplo, já que o nosso atual representante na Assembleia Legislativa, deputado Neilando Pimenta, teria dito, segundo alguns, que este será seu último mandato à frente de cargo eletivo, e que pretende se afastar da vida pública.

É bom saber que uma nova mentalidade política está surgindo na cidade. É claro que Filipe Costa não é o único nome que incorpora o que chamo de BOA POLÍTICA. Mas é bom saber que ele também a incorpora. Outro exemplo que não deixa de corroborar o meu argumento foi a sua atitude de liderar uma verdadeira comitiva de vereadores para participar na tarde de hoje (24/04) da audiência pública na Assembleia Legislativa que discutiu a situação falimentar do Hospital Santa Rosália. Outros, em seu lugar, levariam apenas vereadores do seu partido ou aqueles mais próximos, à audiência. Filipe preferiu levar uma ampla representação de vereadores, indiferentemente de questões partidárias.

Num momento em que os pseudolíderes políticos pensam que fazer política é falar mal dos outros para se promover, é bom ver alguém que, enquanto autoridade, assume a responsabilidade pelo cargo que exerce, e que se porta como um homem público de fato, um verdadeiro estadista aqui da nossa terrinha.

Será que haverá muitos outros assim no ano que vem?

Não sei, mas espero que sim.

E, como eu sempre digo, quem viver, verá.

Por David Ribeiro Jr.

David Ribeiro Jr. é editor-chefe do Portal minasreporter.com

E-mail: davidsanthar@hotmail.com



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