Empresa brasileira vai produzir medicamento para esclerose múltipla

Empresa brasileira vai produzir medicamento para esclerose múltipla

Por Mary Ribeiro 

Fiocruz vai produzir medicamento para esclerose múltipla
Fiocruz vai produzir medicamento para esclerose múltipla

Atualmente importado da Alemanha, o medicamento utilizado para tratar esclerose múltipla – Betainterferona 1ª subcutânea – que tem o nome comercial de Rebif, vai passar a ser produzido no Brasil. O acordo de transferência de tecnologia foi assinado dia 9 ( quarta-feira )entre o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e os laboratórios Merck e Bionovis.

A primeira remessa prevista no acordo chega em novembro, com o produto pronto. Ao longo de 7 anos, o instituto vai incorporar todas as etapas da produção e, ao final desse prazo, terá o medicamento totalmente produzido no Brasil. De acordo com a Fiocruz, a expectativa é que a transferência de tecnologia gere economia de R$ 27 milhões no período para os cofres públicos, já que o medicamento é de alto custo, e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, o acordo contribui para a sustentabilidade do SUS, bem como para a autonomia e soberania do país. “Você tem a garantia de produção nacional com pleno domínio da tecnologia, já que você está garantindo a apropriação do conhecimento e da tecnologia para desenvolver esses produtos. Isso, do ponto de vista da soberania nacional, é fundamental, porque nos torna independentes de flutuações de preços de mercado internacional.”

O presidente da Merck Brasil, Guilherme Maradei, destacou que a empresa alemã atua no país há 92 anos e tem compromisso social com o Brasil e com seus pacientes. “É um prazer muito grande poder contribuir para o desenvolvimento da tecnologia no Brasil, para um medicamento tão importante, que já desenvolvemos na Alemanha, originalmente, e que já está no mercado há muitos anos, já vem atendendo a população brasileira.”

De acordo com Maradei, a esclerose múltipla atinge cerca de 30 mil pessoas no Brasil, mas a doença é de difícil diagnóstico e subnotificada. Atualmente, são 12 mil pacientes em tratamento pelo SUS, sendo que 3,5 mil utilizam a Betainterferona 1ª, normalmente o primeiro medicamento indicado para tratar a doença.

 

O diretor do Bio-Manguinhos, Artur Roberto Couto, ressaltou que, além da economia gerada ao produzir o medicamento no Brasil e a possibilidade de ampliar o acesso dos pacientes a ele, a transferência de tecnologia permite ao instituto desenvolver novos produtos. “Estamos falando de tecnologia de ponta. Para nós é muito importante, não olhamos só os produtos e, sim,a plataforma tecnológica com que são desenvolvidos. Há possibilidade de desenvolvermos novos produtos nessa plataforma, agregar valor para a organização a partir dessas discussões de transferência de tecnologias.”

Couto destaca o impacto no mercado interno, com a utilização de insumos produzidos no Brasil e geração de empregos. “Caixa, rolha, tampa, frasco, rótulo, matéria-prima, tudo você compra no Brasil, você está mexendo com a cadeia produtiva.”

A esclerose múltipla é uma doença degenerativa que atinge principalmente mulheres, que somam cerca de 75% dos 2 milhões de pacientes em todo o mundo. A doença não é letal, mas não tem cura e afeta a qualidade de vida do paciente. Os sintomas são desequilíbrio, dormência, falta de coordenação motora, dificuldade para caminhar, visão dupla, tontura, zumbidos, tremores, dores, fadiga e alteração no controle da urina e fezes, chegando a paralisia de membros e perda de visão nos casos mais graves. Atinge principalmente pessoas entre os 20 e 40 anos.

Fonte: Ig 

 



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