Escola aplica texto com palavra obscena e pais questionam atividade

Escola aplica texto com palavra obscena e pais questionam atividade

Escola afirma que texto pretendia valorizar a linguagem popular. Atividade foi aplicada para alunos do 4º ano do ensino fundamental.

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Pais de alunos do 4º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Professor Francisco Letro, em Coronel Fabriciano (MG), reclamam de uma tarefa aplicada em sala de aula na quinta-feira (25). Segundo eles, o texto tinha um conteúdo obsceno e de duplo sentido.

A atividade reproduzia a frase “Quando quebrei o ovo tive um baita susto: magina ocê que tinha um pinto dentro!!!!? Agora cê já pensô seu cuzinho [sic] cum pinto dentro??” Os alunos tinham que reescrever o trecho em linguagem culta.

A direção da escola nega que tenha havido maldade e disse que a atividade pretendia estudar o regionalismo linguístico. A Secretaria de Educação disse que fará uma reunião com os pais pra esclarecer a situação e evitar novos constrangimentos.

O motorista Márcio de Souza disse que não deixou que a filha de nove anos fizesse o dever e achou o conteúdo abusivo e impróprio.

“Tenho três filhos, sendo duas crianças. Esses meninos de hoje são muito espertos e elas sempre me fazem perguntas que não respondo, por não achar que têm idade para isso. Daí ela vem da escola com um dever de casa completamente obsceno. Eles erraram ao aplicar essa atividade para alunos de 9 anos”, afirma.

Márcio conta que a própria filha já tinha percebido a “maldade” na atividade e chegou em casa questionando o exercício. “Os alunos perceberam o ocorrido. Ela já chegou mostrando a folha e me pedindo para ler os dois últimos parágrafos”, diz.

A mãe de outro aluno, que não quis se identificar, disse que esteve na escola na manhã dessa sexta-feira (26) pedindo explicações, e a instituição informou que vai apurar o ocorrido.  “Essa escola é referência em Fabriciano, como eles deixaram passar despercebido algo tão grave como isso?”, questiona.

O que diz a escola
Por telefone, a diretora da escola informou para o G1 que ocorreu um erro na atividade, porém, nega que a expressão tenha sido usada de forma maldosa pela professora.

Em nota, a instituição informou também que a atividade “Causo mineiro” foi pensada pelas professoras como um gênero textual que atendia o conteúdo em questão.

“Ressaltamos que não se trata de uma atividade avaliativa, e sim de uma atividade trabalhada em sala de aula com a mediação dos professores, cujo objetivos era de  transformar a linguagem coloquial para a linguagem formal, além da valorização e o respeito da linguagem popular/diversidade. A atividade proposta transcorreu tranquilamente em sala de aula, pois os alunos e os professores não levaram em consideração a maldade por duplo sentido criada por outras  pessoas”, diz a nota.

A Secretaria de Estado de Educação informou também através de nota que uma equipe da inspeção da Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Coronel Fabriciano, responsável pela coordenação da escola, foi até a unidade escolar na manhã desta sexta para apurar a reclamação apresentada em relação à atividade pedagógica.

Ainda segundo a nota, a equipe se reuniu com a direção da escola, coordenadores, supervisores e professores. “Em respeito aos estudantes, às famílias e à comunidade escolar, também será realizada, nos próximos dias, uma reunião com os pais para esclarecimentos acerca da situação, em que será discutido o alinhamento das atividades pedagógicas, de forma a evitar novos constrangimentos”.

(G1 Vales de Minas)



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