ministro Luiz Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o agendamento dos depoimentos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff na ação penal na qual a senadora e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), é ré na Lava Jato. Lula e Dilma foram arrolados como testemunhas de defesa da parlamentar petista.
Ao todo, a defesa de Gleisi apresentou ao STF uma lista com 15 testemunhas que gostaria que fossem ouvidas na ação penal, entre os quais os dois ex-presidentes da República.
Também irão prestar depoimento em defesa da senadora paranaense os ex-presidentes da Petrobras José Sérgio Gabrielli e Graça Foster, o ex-ministro da Secretaria-Geral Gilberto Carvalho e o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Segundo o cronograma definido por Fachin, Lula deverá ser ouvido pela Justiça às 9h30, do dia 7 de julho, na sede da Seção Judiciária do estado de São Paulo.
Já Dilma, de acordo com o calendário anunciado pelo relator da Lava Jato, será ouvida em 28 de julho, às 13h, na sede da Seção Judiciária do estado do Rio Grande do Sul.
Recém-eleita para o comando do PT, Gleisi Hoffmann se tornou ré na Lava Jato em setembro do ano passado. Ela e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são acusados pela Procuradoria Geral da República de terem solicitado e recebido R$ 1 milhão desviado do esquema de corrupção que atuava na Petrobras. A senadora do PT nega a acusação.
De acordo com as investigações da Lava Jato, o dinheiro teria sido direcionado para a campanha eleitoral de Gleisi em quatro parcelas de R$ 250 mil. Ainda segundo a PGR, a propina teria sido irrigada na campanha por meio de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção.
Outras suspeitas
Gleisi Hoffmann também foi citada por três delatores da Odebrecht. Os ex-dirigentes da construtora relataram pagamentos feitos a pedido de Paulo Bernardo, quando ele era ministro dos governos Dilma e Lula.
Na Suprema Corte, ela também responde a outro inquérito. A investigação não faz parte da Lava Jato e apura o envolvimento da senadora em supostas irregularidades em contratos do Ministério do Planejamento com empresa de gestão de empréstimos consignados.
Paulo Bernardo, que era o ministro do Planejamento na época em que teriam ocorrido as irregularidades, é suspeito de integrar o esquema criminoso. Ele chegou a ser preso pela Polícia Federal por conta das suspeitas.
(G1)