Fernando Pimentel é alvo de pedido de impeachment na Assembleia de Minas

Fernando Pimentel é alvo de pedido de impeachment na Assembleia de Minas

Advogado que entrou com ação contra Temer na Câmara também tenta afastar governador de Minas do cargo

Mais tranquilo, Pimentel agora tem chances reais de terminar o seu mandato, vez que, para ser processado, teria que haver uma autorização da Assembleia Legislativa, onde o governador tem uma ampla base de apoio (foto: Pablo Jacob | Agência O Globo)
Advogado mineiro pediu o impeachment do governador Fernando Pimentel na Assembleia de Minas (foto: Pablo Jacob | Agência O Globo | Reprodução)

BELO HORIZONTE — Depois de pedir o impeachment do presidente da República, Michel Temer (PMDB), o advogado mineiro Mariel Marley Marra quer, agora, o afastamento do cargo do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT). Sob a alegação de uso indevido de depósitos judiciais, o advogado entrou nesta quarta-feira, 3, com pedido contra o petista na Assembleia Legislativa mineira.

Depósitos judiciais são valores em disputa envolvendo ações ainda não encerradas pelos tribunais. Até a conclusão dos processos, os recursos ficam depositados em instituição financeira.

Uma lei estadual autoriza essa movimentação. Porém, segundo relata o advogado no pedido de impeachment, os valores deveriam ter sido recompostos. “Isso não está ocorrendo por parte do governo, o que vem impedindo o pagamento de ações que vão sendo concluídas”, diz Marra. Na visão do advogado, nesse caso está configurado crime de responsabilidade por parte de Pimentel.

Base
Procurado pela reportagem, o governador não comentou o pedido de impeachment. Conforme a assessoria do Palácio Tiradentes, por se tratar de tema envolvendo o Poder Legislativo, a base do governo na Assembleia é a encarregada de falar sobre o assunto.

Segundo o líder de Fernando Pimentel na Casa, deputado Durval Ângelo (PT), o presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB), não deverá aceitar o pedido de impeachment feito por Marra. Conforme Ângelo, outros governadores sancionaram leis no mesmo sentido e não há ações contra eles.

Temer
O pedido de impeachment de Temer foi entregue por Marra à Câmara dos Deputados no dia 21 de dezembro 2015, quando o hoje presidente ainda era vice da presidente cassada Dilma Rousseff. O motivo alegado eram as chamadas pedaladas fiscais, o mesmo utilizado para o afastamento da petista da Presidência.

O pedido do advogado foi recusado pelo então presidente da Câmara, deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas, após recurso apresentado por Marra, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que ele fosse aceito e começasse a tramitar no Congresso.

(Com Estadão Conteúdo)



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