O prolapso genital causa o enfraquecimento dos músculos internos e está associado, principalmente, ao número de gestações e à idade
Um desconforto e dor, muitas vezes durante a relação sexual. Em casos graves, a sensação de uma saliência na vagina, como se fosse uma bola saindo, podendo estar associada à infecção ou incontinência urinária. A doença parece estranha, mas não é. Chamada de prolapso genital, ou popularmente bexiga caída, a condição atinge 20% das mulheres com mais de 40 anos e está cada vez mais comum entre as brasileiras devido à maior expectativa de vida.
O prolapso genital está associado principalmente ao número de gestações e à idade, dobrando suas chances de ocorrer a cada década de vida. Seu tratamento depende da severidade da doença, podendo ser apenas observação e controle nos casos mais leves à cirurgia, em casos mais avançados.
Quando não tratado, o prolapso genital causa grande prejuízo para o dia a dia da mulher, prejudicando a qualidade de vida e autoestima.
A ginecologista e especialista em prolapso genital, Andreia Mariane de Deus diz que a doença causa grande impacto na vida da mulher, além de desconforto e perda da qualidade sexual.
Sobre o assunto — No dia 6 de dezembro, médicos de todo o país se reúnem em Belo Horizonte, na Associação Médica de Minas Gerais, para discutir os avanços, desafios e o que há de novo no tratamento da doença.
Veja algumas dicas sobre a condição, prevenção e tratamento:
1 – A sensação de um peso ou bola na vagina é o sintoma mais comum do prolapso. Algumas vezes a mulher pode palpar ou mesmo ver a profusão dos órgãos pela vagina, em casos mais severos.
2 – O prolapso pode ser de compartimento anterior (bexiga), compartimento apical (útero, parede da vagina e intestino) ou posterior (reto). É possível ter prolapso em mais de um lugar ao mesmo tempo.
3 – O prolapso genital está associado, principalmente, à idade e ao número de gestações. Estudos mostram que, a cada década de vida, dobra a chance da mulher apresentar o prolapso genital.
4 – Alguns fatores genéticos também influenciam a presença da doença. Mulheres loiras, por exemplo, correm mais risco de apresentar prolapso, por terem menos colágeno na constituição do corpo. No entanto, reposição de colágeno não previne a doença.
5 – Em relação aos partos como causa de prolapso e incontinência urinária, uma boa assistência obstétrica ajuda na prevenção da doença.
6 – Em casos mais leves, exercícios pélvicos podem ajudar. Quando a flacidez é severa, a única solução pode ser uma cirurgia, que “fixa” os órgão internos, muitas vezes com auxílio de uma tela sintética especial.
7 – Hoje há cirurgias minimamente invasivas, seja por via vaginal ou abdominal para o tratamento dos prolapsos. Um dos tratamentos mais modernos para a condição é uma tecnologia chamada de Elevate, que possibilita uma cirurgia mais rápida e pouco invasiva com apenas uma incisão vaginal, e utiliza telas sintéticas para corrigir prolapsos mesmo que severos e previnem a volta da doença após o tratamento.
Fonte: O TEMPO