Governo pode reduzir fatia do BNDES em concessões de infraestrutura

Governo pode reduzir fatia do BNDES em concessões de infraestrutura

Em entrevista coletiva, Moreira Franco diz que engenharia financeira dos futuros leilões de infraestrutura para a iniciativa privada no país passará por revisão.

"Precisamos criar condições para que os agentes financeiros privados entrem nesse processo, para fazer o financiamento de longo prazo", defende Moreira Franco (Valter Campanato/ABr/VEJA)
“Precisamos criar condições para que os agentes financeiros privados entrem nesse processo, para fazer o financiamento de longo prazo”, defende Moreira Franco (Valter Campanato/ABr/VEJA)

O governo federal vai rever a engenharia financeira dos futuros leilões de infraestrutura para a iniciativa privada e pode inclusive reduzir a participação do BNDES no financiamento dos projetos. A afirmação foi feita nesta terça-feira pelo secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco.

“Vamos ter de repensar esse modelo. Precisamos criar condições para que os agentes financeiros privados entrem nesse processo, para fazer o financiamento de longo prazo”, disse, em entrevista coletiva.

Questionado se essa revisão pode implicar redução da participação do BNDES nos financiamentos, Moreira Franco respondeu afirmativamente. “Vamos ter de reestudar toda a engenharia financeira e de financiamento.”

As regras do plano de logística do governo Dilma Rousseff previam financiamentos do BNDES de 40% dos investimentos em modais mais atrativos, como aeroportos, a 80%, nos de maior risco, como ferrovias e hidrovias.

Moreira Franco disse que vai se reunir com bancos privados para discutir a revisão da modelagem financeira dos projetos. Ele e o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, disseram que os projetos de concessão já lançados e que estiverem em condições legais serão mantidos.

“A intenção do governo não é paralisar, é dar celeridade. Não tem nada cancelado”, disse Quintella. Ele citou nominalmente os leilões dos terminais de passageiros dos portos de Salvador (BA) e Recife (PE) como duas concessões já previstas que estão mantidas.

(Com Reuters)



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