TEÓFILO OTONI — Um homem de 42 anos identificado como Valdemar Rodrigues de Souza morreu após ser agredido por seguranças de um estabelecimento identificado como “Bar Trapiche”, em Teófilo Otoni (MG), na madrugada deste sábado (18). Segundo a Polícia Militar, a vítima teve ferimentos no abdômen, cabeça, costas, joelhos e cotovelos.
De acordo com a testemunha Maykon Oliveira Vieira, 25 anos, a vítima compareceu ao estabelecimento se mostrando bastante agressiva, tendo tomado sua frente e adentrado ao bar sem efetuar o pagamento do ingresso. Maykon explicou que um dos seguranças, identificado pela Polícia como ANDERSON RODRIGUES LOPES, 30 anos, foi ao encontro de Valdemar e solicitou que se retirasse do estabelecimento porque estava de chinelo, tendo Valdemar, bastante agressivo, passado a gritar que pagaria, passando então a segurar no corrimão, resistindo em sair do bar.
O Segurança ANDERSON RODRIGUES LOPES, por sua vez, contou à Polícia que quando orientava a testemunha Maykon Oliveira, Valdemar, agressivo, adentrou ao bar sem efetuar o pagamento do ingresso. Anderson dirigiu-se a ele informou-lhe que não poderia permanecer ali “de chinelos” — esse foi o argumento para evitar mais constrangimentos.
Nesse momento, ainda segundo o segurança Anderson, Valdemar gritou que iria pagar, mas, ao invés disso, colocou a mão em seu peito, o empurrou e foi em direção ao setor da boate. Teria sido nesse momento que Valdemar passou a segurar na grade, resistindo em sair do ambiente.
Para conter Valdemar, Anderson disse que contou com o apoio dos também seguranças GIARLEY MARIK DE OLIVEIRA MENDES, 39 anos, e MARLON VENÂNCIO ANDRADE LIMA, 22 anos. Juntos, conseguiram imobilizar Valdemar na calçada enquanto aguardavam a Polícia, que já havia sido chamada.
Ainda de acordo com a testemunha Maykon Oliveira, Valdemar gritava na frente do bar: “eu vou matar”.
Quando a Polícia Militar chegou ao local para efetuar a prisão de Valdemar, ele ainda resistia.
Os seguranças Venâncio e Giarley confirmaram a versão do colega ANDERSON sobre tudo o que ocorreu até que conseguissem imobilizar Valdemar. A gerente do “Bar Trapiche”, Gislane de Moura Silva, relatou que as câmeras de monitoramento do estabelecimento gravaram os fatos — a entrada da Valdemar ao bar e sua retirada feita pelos seguranças, que tiveram que usar de força física para imobilizá-lo. A gerente Gislane colocou as imagens à disposição da Polícia.
Ao ser algemado, Valdemar ficou inconsciente. O SAMU foi imediatamente acionado para dar assistência. A enfermeira Vanessa, do SAMU, encontrou no bolso de Valdemar um pedaço de papel, dinheiro e um “salvo conduto” em seu nome, os quais também foram apreendidos. Foi constatado pela guarnição PM que a vítima apresentava vários hematomas nas costas, rosto e abdome, além de um corte na cabeça e escoriações nos cotovelos e joelhos.
Diante dos fatos, os policiais optaram por dar voz de prisão aos três seguranças, que foram conduzidos à Delegacia de Polícia Civil. A Perícia criminal foi acionada, tendo a perita Sara Rocha de Almeida Costa informado que não compareceria ao local em razão do corpo já ter sido removido para o IML.
Foi apreendido um bastão tonfa utilizado pelo segurança Giarley.
(fonte: Polícia Militar de Minas Gerais e G1 Vales de Minas)