O Hospital Municipal de São José dos Campos (a 97 km de São Paulo) trocou as fichas médicas de duas pacientes e deu como morta a que estava viva, na madrugada de domingo (22). Os familiares da aposentada Maria Aparecida da Silva, 80, constataram o erro horas depois, quando viram o corpo da outra mulher na funerária, após o atestado de óbito já ter sido emitido. “O hospital nos disse que foi um equívoco praticado por toda a equipe, mas não há nenhuma explicação concreta”, afirmou o filho dela, o autônomo Flávio Correia da Silva, 51.
Antes do erro ter sido identificado, todos os familiares já haviam sido informados da morte e todos os preparativos para o velório e o enterro estavam feitos -a família, inclusive, já havia pago R$ 600 para o cemitério e parentes de outros Estados, como Goiás, estavam a caminho. As duas mulheres estavam internadas num mesmo quarto. No entanto, segundo Silva, têm características muito diferentes, como a cor da pele e a idade. Além disso, os nomes também não são iguais. Ele disse que, durante a madrugada de domingo, um funcionário do hospital telefonou em sua casa e pediu para que fosse até o local. Lá, foi informado de que a mãe havia morrido após ter sido submetida a uma cirurgia de retirada de tumor.
Embora Maria Aparecida tenha sido internada em decorrência de um AVC, os familiares não questionaram a existência do tumor. “Estávamos num momento tão delicado que isso passou despercebido”, disse Silva. O autônomo afirmou ainda que não pôde ver a mãe. Após a notícia, recebeu do hospital documentos referentes à morte dela, como um atestado de óbito assinado por um médico. Horas depois, ao levar a roupa da aposentada para o enterro, foi informado pela funerária de que havia recebido um aviso do hospital sobre um possível erro. “Me mostraram o corpo e não era o da minha mãe. Ela continua viva, internada no hospital, mas o susto foi grande”, disse. Segundo o filho, a família irá acionar judicialmente o hospital e a prefeitura pelo erro. A mãe, por ser muito sensível, não sabe do que ocorreu. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde da cidade, o hospital abriu uma sindicância para apurar a troca das fichas médicas e ressarciu os gastos obtidos pela família de Maria Aparecida para o enterro e o funeral.
Fonte: Folha de São Paulo