Por Mary Ribeiro
Os créditos de encerramento do “Jornal Nacional” já apareciam quando William Bonner e Renata Vasconcellos se levantaram da bancada e caminharam em direção à tela. Um pouco antes de desaparecerem de vista, o apresentador fez uma saudação, com a mão, para alguém escondido à direita (imagem acima), enquanto sua colega de bancada abria um grande sorriso.
A informalidade deste momento final foi apenas a cereja no bolo da edição de segunda-feira (27). O programa marcou a apresentação de um cenário reformado, novos recursos tecnológicos (em especial, um telão lateral maior) e movimentos de câmera originais no enquadramento de Bonner e Renata.
Um dos efeitos interessantes foi provocar a impressão de que os jornalistas que falavam à distância estavam em um mesmo cenário do que os apresentadores. Veja na imagem ao lado, por exemplo, a interação entre Renata e Maria Julia Coutinho, que estreou como apresentadora da previsão do tempo no JN, falando de São Paulo.
Mais do que tudo isso, porém, o que chamou mesmo a atenção foi a informalidade de Bonner e Renata. Em diferentes momentos, eles caminharam pelo cenário, entrevistaram correspondentes e até deram notícias em pé.
Estas novidades reforçam um movimento que já ocorre há alguns anos, no sentido de tornar o “Jornal Nacional” menos sisudo (sonolento?) e mais próximo do espectador.
A troca de olhares entre os apresentadores, iniciada ainda com Fátima Bernardes na bancada, já sinalizava este esforço de dar um ar de normalidade a quem lê as notícias, como que dizendo que eles são “gente como a gente”.
E o conteúdo? Imagino que muitos estão se perguntando isso. Cada vez mais, como se sabe, a embalagem é um elemento tão ou mais fundamental. Em tempo de incessante fuga de audiência da TV aberta, manter o espectador preso diante da tela ouvindo notícias, muitas delas já vistas durante o dia na internet, é um desafio e tanto.
Resta ver se este esforço do JN, legítimo, vai ter sucesso.
Fonte: Uol