Juiz determina que detentos voltem ao presídio de Governador Valadares

Juiz determina que detentos voltem ao presídio de Governador Valadares

Presídio foi interditado em 2015 e segue com várias obras em andamento. Diretor da unidade teme rebeliões e afirma que local não oferece segurança.

Presídio de Governador Valadares (MG) tem apenas as obras da carceragem concluídas - Foto: Sávio Scarabelli/G1)
Presídio de Governador Valadares (MG) tem apenas as obras da carceragem concluídas – Foto: Sávio Scarabelli/G1)

O juiz da Vara de Execuções Criminais da comarca de Governador Valadares, Thiago Conalgo, decidiu nesta quarta-feira (6), que 500 presos provisórios, que haviam sido transferidos do presídio de Governador Valadares (MG) para a penitenciária Francisco Floriano de Paula, no distrito de Nova Floresta, retornem para ao presídio da cidade, que segue em obras.

A unidade prisional está fechada para reformas desde o fim de uma rebelião que ocorreu em junho de 2015. A penitenciária Francisco Floriano de Paula foi impedida de receber presos provisórios e tem até 48 horas para transferí-los para o presídio de Valadares.

O G1 teve acesso ao interior do presídio de Governador Valadares e encontrou o local ainda em obras. De todo o prédio da unidade, apenas a parte da carceragem está com as obras prontas, mas ainda há funcionários trabalhando para concluir as obras do setor administrativo. O presídio ainda não tem uma nova parte elétrica e os materiais usados na obra estão expostos por todo canto.

Prédio ainda permanece com várias obras - Foto: Sávio Scarabelli/G1)
Prédio ainda permanece com várias obras – Foto: Sávio Scarabelli/G1)

O novo diretor da unidade, Edson Neves da Paz, disse que já recebeu alguns presos e que irá cumprir a decisão judicial, apesar dos problemas enfrentados no prédio. “Infelizmente não temos condições físicas para alojar todos os 500 presos que o doutor Thiago determinou que viessem, mas estamos fazendo um esforço, contando com o apoio de Belo Horizonte, da Suapi [Subsecretaria de Administração Prisional], e até o prazo em que ele determinou, assim que a Suapi for citada dessa decisão, nós teremos que cumprir”, destacando ainda que a unidade tem capacidade para 290 pessoas.

O diretor ainda ressaltou que restam 20% da reforma para que todo o trabalho fique pronto. Ele afirmou que ainda faltam colchões, lençóis, cobertores, kits de higiene, uniformes e móveis.

Edson comentou também que a decisão judicial não foi responsável. “Eu tenho certeza absoluta que as denúncias que foram levadas para o judiciário, para o Ministério Público, foram de pessoas irresponsáveis, porque é quase que impossível a gente colocar presos aqui nesse presídio. É colocar na possibilidade de acontecer novamente o que aconteceu aqui em junho. Do jeito que o presídio está, não oferece segurança.”

O presidente da 43ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Elias Solto, esteve no local e disse que a decisão ajuda o estado a cumprir o compromisso de terminar a obra no presídio. Perguntado sobre a responsabilidade do estado quanto a possibilidade de novas rebeliões, que poderiam ser provocadas pela superlotação, ele explicou que “toda e qualquer morte ou agressão, a responsabilidade é do estado, que tem a custódia dos presos.”

A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) deve recorrer da decisão judicial. Segundo o diretor do presídio, Edson Neves da Paz, as obras devem ser concluídas até o mês de junho, mas a chegada de presos pode atrasar o andamento dos trabalhos.

(G1 Vales de Minas)



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