Por Leandro Brito
A regra do “distritão” que, na prática, é a maior mudança proposta pelos deputados federais para a tal reforma política, ou minirreforma política… que, pra mim, de reforma não tem nada… não é assim tão difícil de entender, como alguns fazem parecer.
Se aprovada pelo congresso antes do dia 07 de outubro deste ano, essa reforma já começa a valer para as eleições de 2018. As principais mudanças serão o fim da eleição proporcional e a aprovação de um fundo partidário para subsidiar as eleições cujo valor deve se aproximar dos R$ 4 bilhões… em plano ano de crise econômica.
Vamos nos concentrar no primeiro ponto. De acordo com essa reforma, serão os candidatos mais votados que serão eleitos, o tal “distritão”. Com isso, ficara bem difícil para os candidatos com menos votos se elegerem.
O tema “maior número de votos para se eleger” foi bem discutido pelo menos aqui em Teófilo Otoni na eleição passada. Esse também é o desejo de muitos eleitores. Mas o que muitos não percebem é que o “distritão” vai favorecer candidatos mais votados que, quase sempre, são os que têm mais dinheiro para entrar na disputa. Com isso, tira-se qualquer chance dos “pequenos” de entrar na disputa direta.
Se ainda está difícil de entender, eu te digo: “É preciso ter dinheiro para se eleger.”
Já que se fala tanto em reforma política, o que mais me intriga é “por que o eleitor, o maior interessado no assunto, não teve nenhuma oportunidade de opinar antes de se tomar uma decisão neste sentido?” Acredito eu que, se houvesse um plebiscito ou um referendo popular, certamente daria haveria mais transparência na discussão do tema e teríamos sugestões mais criativas para serem votadas.
O que está havendo é como viver uma democracia sem povo. O país ainda continua refém de políticos que, em sua grande maioria “NÃO ME REPRESENTAM”, frase muito usada muito nas manifestações que ocorreram Brasil afora desde 2013.
Por que esses senhores têm medo de debaterem com a população temas que são unicamente do interesse da própria população?
O que penso é que o Congresso busca agradar aquele a que realmente serve. E não é o povo. Não é o cidadão que deposita as suas esperanças num voto. O Congresso serve à mão invisível “nada invisível”.
Enquanto isso, a reforma política igualitária ficou apenas no papel ou em discursos longos e convincentes que “nem inglês quer ver ou ouvir”.
É muito mais difícil renovar os políticos e bem mais fácil passar o “distritão” que, para a maioria dos especialistas, é a pior alternativa possível.
Com o pretexto da estabilidade econômica muitas coisas vêm sendo empurradas goela abaixo da nossa gente num país onde não existe mais “ORDEM” e muito menos “PROGRESSO”.
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