Minas Gerais é o estado mais seguro do país em 2021, de acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), referentes aos meses de janeiro a junho – fechando o primeiro semestre de 2021. A base de informações agrega estatísticas disponibilizadas pelas 27 unidades federativas brasileiras e tem, por finalidade, subsidiar a implementação de políticas públicas em segurança e defesa social.
Os dados de janeiro a maio já davam a Minas a primeira colocação no cenário nacional, resultado que se fortaleceu com a disponibilização das informações de junho – os últimos dados divulgados pelo Sinesp.
A evolução do trabalho desenvolvido pode ser observada também no desempenho dos três últimos anos, em que o estado obteve boas colocações no cenário nacional da segurança pública. De lá para cá, passou de terceiro colocado, em 2019, para primeiro colocado em 2021.
“O resultado é fruto de um trabalho integrado das Forças de Segurança. Um estado mais seguro significa, principalmente, um lugar melhor para se viver e com melhores perspectivas para os mineiros. O investidor também tem mais confiança para empreender aqui, gerando emprego e renda para a população”, afirma o governador Romeu Zema.
Sistema de informações
O Sinesp acompanha as taxas de violência de nove naturezas criminais. São elas: latrocínio, homicídio consumado, estupro consumado, roubo de carga, roubo a veículo, roubo a instituições financeiras, lesão corporal seguida de morte, homicídio tentado e furto de veículo. A base é alimentada por todos os estados da nação, com registros de ocorrências lavrados pelas forças de segurança atuantes em cada localidade.
O ranking liderado por Minas Gerais neste ano avalia as menores taxas de incidência criminal: ou seja, o somatório de ocorrências registradas, de forma proporcional à população estadual, conforme a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o período analisado, multiplicando o resultado por cem mil. Nos casos de furto e roubo a veículos, são calculados os registros proporcionalmente à frota inscrita no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Não há atribuição de peso entre os diferentes crimes observados.
A integração das forças de segurança é um dos fatores que permitiram a Minas Gerais ocupar este espaço no cenário nacional. Somente no primeiro semestre, foram mais de 15 operações integradas realizadas com diferentes focos: combate ao crime organizado; combate ao tráfico de drogas; combate à criminalidade violenta nas áreas de fronteiras com outros estados; violência doméstica e familiar contra a mulher; combate ao uso irregular de produtos controlados, entre outras. A Operação Caminhos de Minas é exemplo de como a integração das forças de segurança é a melhor saída para vencer a criminalidade.
Na terceira fase da Caminhos de Minas, coordenada pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), finalizada em julho, foram apreendidos mais de 600 kg de drogas em rodovias de todo o estado. Além disso, cerca de 220 indivíduos foram presos, 12 armas de fogo retiradas de circulação e sete procurados pela Justiça capturados, desde o início da megaoperação.
Segundo o titular da Sejusp, secretário Rogério Greco, a atuação conjunta das forças de segurança operantes em Minas Gerais terá continuidade e frequência. “Trata-se de um projeto de sucesso. A integração é fundamental para a Segurança Pública de uma forma geral”, ressalta.
Taxa de criminalidade
Segundo o cálculo, Minas tinha, em 2016, uma taxa de criminalidade de 474,03 por 100 mil habitantes, ocupando o sétimo lugar no ranqueamento nacional. No mesmo período, a taxa nacional equivalente era de 668,49.
Em 2019, ao atingir o terceiro lugar no pódio de Segurança Pública, o estado apresentava uma taxa de 260,96 por 100 mil habitantes, enquanto o coeficiente brasileiro era de 358,51. E, finalmente, nos seis primeiros meses de 2021, a taxa mineira é de 87,42, sendo a proporção em todo o Brasil de 145,04. Os estados que ocupam a segunda e terceira colocação estão com suas taxas em 97,79 e 102,71, respectivamente.
Metodologia
O banco de dados do MJSP considera, como último consolidado, o período de três meses anteriores à publicação, que, normalmente, ocorre após o 15º dia corrido. O intervalo é justificado como necessário para que as respectivas pastas de Segurança Pública e Defesa Social de todas as unidades federativas possam coletar, tratar e validar as estatísticas antes de submetê-las à base nacional.
Vale ressaltar que os dados podem apresentar diferenças para outras análises. O Observatório de Segurança Pública da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por exemplo, compila e disponibiliza à imprensa, na seção “Dados Abertos” do site da pasta, ou sob demanda, as estatísticas mensalmente – via de regra, na segunda quinzena do mês posterior ao balanço mais recente.