Uma mulher de 39 anos vai responder por falsidade ideológica por ter se passado pela filha, de 19. De acordo com a Polícia Militar, Elvira Maria Silva do Nascimento estava grávida e deu entrada no hospital para dar à luz utilizando os documentos da filha. De acordo com a PM, os médicos da UPA acionaram a polícia ao perceberem uma ‘movimentação estranha’ e após terem confirmado que a mãe estava se passando pela filha. De acordo com o médico que atendeu a gestante, essa não foi a primeira vez que ela usou os documentos da filha.
“Ela já veio consultar alguns dias usando o nome de Glauciele Silva Monteiro. Ela veio aqui ontem (quinta-feira) cedo, e na ficha dela consta a idade de 19 anos, a gente sabe que ela não tem essa idade, pela aparência dela; por ser uma pessoa que fuma e bebe ela tem uma face envelhecida”, disse o médico ginecologista, Fernando Carvalho. Ainda de acordo com o médico, na quinta-feira, Elvira Maria esteve no hospital com os primeiros sintomas do parto mas, como ela tinha pouca dilatação, ele recomendou que ela retornasse para casa e voltasse ao hospital quando os sintomas estivessem mais avançados.
“Ela ainda não estava em trabalho de parto, estava apenas no início, e me relatou que já teve um filho de parto normal há 15 anos, só que na verdade esse filho tem 19 anos. Eu escutei os batimentos cardíacos do neném e estava tudo bem, ela tinha só um centímetro de dilatação e a bolsa estava íntegra, então eu orientei que ela voltasse para casa e retornasse quando as contrações aumentassem, o que poderia ser no mesmo dia, ou mais”, disse Fernando Carvalho.
Ainda na quinta-feira a noite, Elvira retornou ao hospital, mas a criança já estava sem vida. De acordo Glauciele Silva Monteiro, a mãe teve o parto em casa e a criança já nasceu sem vida. A jovem disse ainda que a mãe foi mandada de volta para casa do hospital mesmo com fortes dores. Ela conta que acionou o Samu, e que a mãe foi encaminhada para o hospital.
Já no hospital, de acordo com o médico, em um momento que não tinha enfermeiros perto, Glauciele teria deitado na maca, colocado um travesseiro sobre a barriga, e tirado uma foto. Ela então fez um post em uma rede social, como se ela estivesse grávida e explicando que teria perdido o bebê por causa de uma negligência do hospital.
“Hoje cedo eu vi nessa rede social que tinha um post, como se ela tivesse perdido o bebê. Ela postou uma foto dela deitada na maca e coberta com um lençol. Ela não estava grávida, eu a vi diversas vezes e ela sempre foi magrinha. Ela ainda expôs um médico, como se nós tivéssemos matado o filho dela”, disse. Nesta sexta-feira, Elvira Maria Silva chegou a receber voz de prisão, por falsidade ideológica, mas foi levada para o hospital para receber cuidados médicos. Segundo a polícia, ela terá que prestar esclarecimentos sobre o caso na delegacia. O corpo do bebê foi encaminhado para o IML e vai passar por necropsia para investigar as causas da morte.
Em conversa com a polícia, Glauciele explicou que pediu à mãe que gerasse um filho pra ela, já que ela não poderia mais engravidar. Ela disse ainda que estava colhendo o sêmen do namorado e dava para a mãe injetar, usando uma seringa. Ainda de acordo com a polícia, a jovem teve essa ideia depois de assistir um vídeo na internet. A polícia diz que, neste caso, não há investigação, a não ser que o namorado da jovem, que seria o pai da criança, denuncie. O rapaz não esteve no hospital e a polícia não divulgou a identidade dele.
(Fonte: G1 Vales de Minas Gerais)