Analistas ouvidos pelo boletim Focus preveem ainda uma contração no PIB de 1,70% e Selic a 14,50%.
Os analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Banco Central continuam semana após semana prevendo uma piora no quadro da economia brasileira em 2015, com escalada da inflação e queda no Produto Interno Bruto (PIB). Nesta segunda-feira, a estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi ajustada para cima pela 14ª semana consecutiva: passou de 9,12% para 9,15%. As informações constam do boletim Focus, que é divulgado às segundas pelo Banco Central e produzido a partir de projeções de mais de cem instituições financeiras.
Para o desempenho da economia do país, a perspectiva também piorou: a previsão é de que agora o PIB recue 1,70% neste ano, enquanto na semana passada a projeção era de 1,50% negativo. A deterioração no indicador ocorre após a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de prévia do PIB, que mostrou que a economia ficou estagnada em maio, com avanço de apenas 0,03%.
As expectativas do Focus para o comportamento da inflação e do PIB se aproximam das do próprio governo. No último relatório, o BC informou que espera que o IPCA bata a casa dos 9% em 2015. Na semana passa, a Receita revisou a previsão de encolhimento do PIB, de 1,2% para 1,5%.
Apesar das perspectivas pessimistas, o mercado visualiza uma relativa melhora no próximo ano, com a inflação caindo para 5,40% – na segunda passada, a projeção era de 5,44%. Para empurrar o IPCA para dentro da meta em 2016, cujo teto definido pelo governo é de 6,5%, o mercado espera que o BC endureça ainda mais a política monetária. Por isso, a expectativa é que a taxa básica de juros (Selic), que hoje está em 13,75%, suba para 14,50% até o fim deste ano. Essa perspectiva permanece inalterada no boletim há três semanas.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os preços dos produtos que mais aumentaram em 2015, respondendo por mais da metade da inflação do período, foram o de itens de alimentação e bebida e o de habitação, que inclui o reajuste nas contas de luz e água.
Fonte: VEJA