Em menos de quatro meses de 2016, estado chega perto de alcançar a maior marca da história, registrada na epidemia de 2013. Mais nove mortes ocorreram em uma semana.
Os casos de dengue em Minas Gerais neste ano já representam 84,3% da soma dos 12 meses de 2013, quando houve a pior epidemia da história, com 414.548 pessoas infectadas pela doença no estado. De acordo com balanço divulgado ontem pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG), em 109 dias de 2016 são 349.500 registros confirmados da doença nos municípios mineiros, com 59 mortes. Em todo o ano passado foram 196.136 casos, pouco mais que a metade da soma de agora.
Em uma semana, mais nove pessoas morreram em consequência da dengue, com o registro do primeiro óbito de um bebê. Há ainda 164 casos de pacientes que morreram sob suspeita da doença, conforme o balanço divulgado no começo da noite de ontem pela SES-MG. O número total de pacientes saltou de 318.960 para 349.500, aumento de 9,5%.
A faixa etária com maior número de contaminados pela doença é de 20 a 34 anos: de acordo com os dados da SES, são 105.521 pacientes, cerca de 30% do total. Mas são as pessoas acima de 80 anos que menos resistem. Das 3.569 contaminadas, 1% do total, 16 morreram (0,4%).
No caso dos idosos entre 65 e 79 anos foram 18.703 contaminações e 11 óbitos. De acordo com o balanço, 45% dos óbitos são de pessoas acima de 65 anos. Das 59 mortes este ano, 71% dos pacientes apresentavam outras enfermidades associadas, como diabetes e pressão arterial elevada.
Em 2016 já foram analisadas 946 amostras para detecção do vírus dengue, das quais 366 tiveram resultados detectáveis, o que representa positividade de 38,93%. Dessas amostras, 363 identificaram o sorotipo DENV-1 e três amostras detectáveis indicaram DENV-2, estas no município de Uberaba.
A dengue é uma doença febril aguda, causada pelos vírus DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4, transmitida pela picada do Aedes aegypti. Em janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou uma vacina contra os vírus, mas ainda não há campanha na rede pública. O mosquito é também vetor das febres chikungunya e zika.
Este ano, de acordo com o balanço da SES, foram confirmados 20 registros de febre chikungunya no estado, com uma suspeita de morte. Do total, oito casos são considerados importados e os outros 12 com confirmação laboratorial são de infecções ocorridas em cidades mineiras, sendo duas em Ipatinga, Vale do Aço, nove em Santa Luzia e uma em Contagem, ambas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O paciente de Contagem morreu e as causas estão sendo apuradas.
Já os casos de zika vírus em Minas somam 1.955 diagnósticos este ano. Destes, 14 foram confirmados em laboratório, sendo cinco na capital, dois em Curvelo (Região Central), dois em Teófilo Otoni (Vale do Mucuri) e um em Cataguases (Zona da Mata), Coronel Fabriciano (Vale do Aço), Uberaba (Triângulo), Arcos (Centro-Oeste) e Virgem da Lapa (Jequitinhonha). Por critério clínico-epidemiológico, nos municípios com comprovada circulação do vírus, já são 1.941 registros. Do total de casos notificados em 2015 confirmaram-se laboratorialmente apenas três casos de zika: em BH, Coronel Fabriciano e Sete Lagoas.
Até ontem, a Secretaria de Saúde de Minas havia confirmado que 170 gestantes apresentavam doença aguda, contaminadas pelo zika vírus. Foram notificados ainda 93 casos de monitoramento da microcefalia no estado, com 50 descartados e 41 em investigação. Há duas confirmações, sendo um diagnóstico de um aborto espontâneo associado à infecção pelo zika, em Sete Lagoas, na Região Central. A outra confirmação de microcefalia tem por base exames de imagem que sugerem infecção congênita, de uma mulher de Montes Claros, no Norte mineiro, porém, sem associação com vírus.
(Estado de Minas)