Petrobras atinge marca inédita de 1 milhão de barris por dia no pré-sal

Petrobras atinge marca inédita de 1 milhão de barris por dia no pré-sal

Em dez anos de extração de petróleo de águas ultraprofundas, essa é a primeira vez que a estatal atinge esse volume de produção.

O navio-plataforma Cidade de Anchieta, o primeiro a produzir no pré-sal (Agência Petrobras/VEJA)
O navio-plataforma Cidade de Anchieta, o primeiro a produzir no pré-sal (Agência Petrobras/VEJA)

A Petrobras atingiu em maio a marca de 1 milhão de barris de petróleo em campos do pré-sal. É a primeira vez que a companhia atinge o volume de produção em águas ultraprofundas, após dez anos das primeiras descobertas no polígono do pré-sal. Segundo a companhia, o pré-sal já representa 40% de toda a sua produção no país.

O recorde de produção foi atingido no último dia 8 de maio, segundo a empresa. Em abril, a produção média no pré-sal foi de 801.000 barris de óleo por dia. A produção média de maio ainda não foi divulgada.

Nesta quinta-feira, na cerimônia de transmissão de cargo, o novo presidente da estatal, Pedro Parente, enfatizou a conquista da companhia em prazo recorde. “Esse volume iguala aquele alcançado pelo Brasil em 1998, após 45 anos de atividades. O pré-sal já é, assim, uma realidade, mas tem muito mais a proporcionar”, afirmou o executivo em seu discurso.

Parente também defendeu que a estatal precisa “acelerar” a exploração da riqueza com a mudança do marco legal do setor. Ele defendeu a ideia de mudança na legislação para retirar da empresa a obrigação de atuar em todos os consórcios do pré-sal com pelo menos 30% do investimento, além de ser a operadora única em todas as áreas. O projeto aguarda votação na Câmara dos Deputados após ter sido aprovado no Senado, em fevereiro.

 “Não achamos que seja razoável que a empresa se veja obrigada a participar de explorações que não sejam adequadas para seus interesses”, afirmou. “Com a corrente situação financeira (da Petrobras), se (a lei) não for revista, vai retardar a exploração do pré-sal. Não podemos esperar mais e precisamos levar pré-sal ao máximo.”

Mesmo com a queda nas cotações internacionais de petróleo desde 2014, a Petrobras considera a produção no pré-sal “altamente rentável” em função da produtividade e do baixo custo de extração. O custo médio ficou em 8 dólares no primeiro trimestre – a média da indústria é de 15 dólares, segundo a petroleira. A estatal considera o preço do barril de petróleo que garante a viabilidade econômica da produção no pré-sal entre 35 dólares e 45 dólares. Hoje, o barril de petróleo está sendo negociado por 48 dólares.

“Os projetos de produção do pré-sal são, hoje, a principal aposta e foco de investimentos da Petrobras, por sua importância estratégica e alta rentabilidade. Eles são a garantia, com demais projetos do nosso portfólio, de maior previsibilidade para as nossas metas e curva de produção”, afirmou, em nota, a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes.

Do total de 1 milhão de barris produzidos, 70% da produção é própria da Petrobras; o restante é repartido entre seus parceiros nos campos do pré-sal da Bacia de Campos e de Santos. Ao todo, são 52 poços produtores, com uma média de produção de diária de 25.000 barris, considerada pela estatal como “muito acima da média da indústria”.

Nove dos dez principais poços produtores do país estão no pré-sal. Os poços estão ligados a sete sistemas de produção e outras oito unidades que dividem a produção entre áreas do pré e do pós-sal na bacia de Campos. Até o terceiro trimestre, outras duas unidades entrarão em operação. Em 2020, a meta é operar doze unidades no pré-sal.

(VEJA)



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