— Por David Ribeiro Jr. —
TEÓFILO OTONI
Nós anunciamos aqui mesmo no MINAS REPÓRTER o enorme risco de os funcionários do Hospital Santa Rosália entrarem em greve. Os técnicos em Enfermagem chegaram a anunciar a data do dia 17 de fevereiro (leia mais aqui). A greve acabou não ocorrendo.
Mas a que se deve essa reviravolta?
Vamos aos fatos. É preciso reconhecer que a atuação do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde em Teófilo Otoni e Região (SITESSTOR) foi fundamental para evitar um colapso do sistema. Imagine, você que está me lendo agora, se essa greve tivesse, sim, sido deflagrada… Imagine o caos que teria sido gerado na rede pública de saúde, ainda mais neste momento em que o hospital tem sido a maior unidade em toda a região no atendimento e combate à pandemia do coronavírus e da Covid-19.
Cronologicamente: O SITESSTOR vinha negociando com a diretorial do hospital desde o ano passado, mas, segundo o presidente do Sindicato, Gilberto Nascimento, a diretoria do Santa Rosália vinha se negando a atender às reivindicações, bem como de apresentar uma contraproposta. Foi então que o SITESSTOR promoveu uma assembleia com os funcionários do hospital no dia 04 de fevereiro e, nessa assembleia, se decidiu anunciar o início da greve para o dia 17. Uma vez anunciada a greve, aí, sim, o hospital se mexeu e pediu um prazo até o dia 3 de março para apresentar uma proposta. O Sindicato orientou a categoria a conceder o prazo, o que de fato ocorreu.
A proposta apresentada pelo hospital foi um aumento da ordem de 7,7%. Até então, os técnicos de Enfermagem recebiam um piso salarial de R$ 1.299,00 (um mil duzentos e noventa e nove reais). Com base na proposta, que passa a viger imediatamente, os técnicos receberão R$ 1.399,00 (um mil trezentos e noventa e nove reais).
Ao comentar a situação com o MINAS REPÓRTER, Gilberto Nascimento disse que gostaria, sim, de que o aumento fosse aquele originalmente reivindicado, de 12,9%; mas ele entende que, levando em consideração o momento que estamos vivendo, “é melhor, sim, aceitar a proposta neste momento, mas deixando claro que a luta continua”.
SENSATEZ é a palavra para definir a condução do processo feita pela diretoria do Sindicato, e RESPONSABILIDADE é a palavra para a categoria dos funcionários, que preferiu não deixar a rede colapsar, o que seria ruim para todo mundo, inclusive para os próprios funcionários e seus familiares — que eventualmente também podem ser atendidos naquela unidade hospitalar.