Campanha azul em 17 jogos só supera a do Atlético de 2005 e a do Vasco de 2015. Levantamento considera apenas as edições de pontos corridos do torneio nacional.
Embora o elenco do Cruzeiro conte com jogadores renomados que façam o torcedor acreditar numa reação imediata, os resultados recentes propiciam um cenário desesperador no Campeonato Brasileiro. Há seis jogos sem vencer (quatro derrotas e dois empates), o clube celeste está em 19º lugar, com 15 pontos (29,4% de aproveitamento), e não sairá do Z4 mesmo que supere o Internacional na quinta-feira, às 21h, no Estádio Independência, pela 18ª rodada da elite nacional.
A duas rodadas para o encerramento do turno, a Raposa já sabe que tem a pior primeira metade de sua história no Brasileiro por pontos corridos. A equipe do técnico Mano Menezes só poderá chegar a 21 pontos (36,8%), número inferior aos 22 alcançados em 2009 e 2015. Outro dado escancara a pífia campanha celeste: entre os grandes clubes rebaixados, apenas o Atlético de 2005 (25,5%) e o Vasco de 2015 (25,5%) tiveram aproveitamentos inferiores ao do Cruzeiro de 2016 nas 17 primeiras rodadas. Em outras seis temporadas, os gigantes do futebol no país estavam “mais confortáveis” e ainda assim desceram à Série B.
A equipe azul ostenta o fato de jamais ter caído de divisão, porém precisa ligar o sinal de alerta. Em confrontos contra os seis clubes que rondam o Z4, o Cruzeiro venceu o Botafogo (1 a 0), empatou com Figueirense (2 a 2), Vitória (2 a 2) e América (1 a 1); e perdeu para Coritiba (1 a 0) e Santa Cruz (4 a 1). Foram conquistados seis pontos em 18 possíveis (33,3%), números irrisórios para quem, no começo da competição, planejava brigar pelo menos na primeira metade da tabela.
Apesar de reconhecer a má fase, o técnico Mano Menezes, em entrevista à Rádio Itatiaia depois da derrota de domingo para o Santos na Vila Belmiro (2 a 0), procurou adotar um discurso de confiança. “O Cruzeiro não está nesta situação na tabela à toa, aconteceram coisas para trás que nos deixaram assim. Mas temos que ser inteligentes para isolar o fato da derrota. Disse aos jogadores que não tem razão, além do abatimento da derrota, para criar outros abatimentos. Outras equipes perdem, e a diferença é que, na nossa situação na tabela, ganha uma divulgação maior. Mas sabemos sair do ano passado, sabemos ser inteligentes. As diferenças são os adversários. O Cruzeiro passou por esse jogo com grau de dificuldade alto. E não conseguimos fazer o resultado porque o Santos foi mais feliz. Disse aos jogadores que fiquem com a cabeça no lugar que logo estaremos em outra situação”.
Até aqui, o Cruzeiro conquistou quatro vitórias, empatou três vezes e perdeu 10 das 17 partidas disputadas na Série A. O número de derrotas só não é superior ao do lanterna América (12). Na lista abaixo, os grandes que foram rebaixados nos pontos corridos são exemplos para a Raposa “abrir o olho” a tempo de conseguir reação no Brasileiro.
Grandes que foram rebaixados:
2004 – Grêmio *
17ª rodada: 17º lugar, com 18 pontos (35,3%)
Classificação final: 24º lugar, com 39 pontos (28,3%)
2005 – Atlético **
17ª rodada: 21º lugar, com 13 pontos (25,5%)
Classificação final: 20º lugar, com 47 pontos (37,3%)
2007 – Corinthians
17ª rodada: 15º lugar, com 23 pontos (45,1%)
Classificação final: 17º lugar, com 44 pontos (38,6%)
2008 – Vasco
17ª rodada: 14º lugar, com 19 pontos (37,3%)
Classificação final: 18º lugar, com 40 pontos (35,1%)
2012 – Palmeiras
17ª rodada: 15º lugar, com 16 pontos (31,4%)
Classificação final: 18º lugar, com 34 pontos (29,8%)
2013 – Vasco
17ª rodada: 14º lugar, com 20 pontos (39,2%)
Classificação final: 18º lugar, com 44 pontos (38,6%)
2014 – Botafogo
17ª rodada: 14º lugar, com 19 pontos (39,2%)
Classificação final: 19º lugar, com 34 pontos (29,8%)
2015 – Vasco
17ª rodada: 19º lugar, com 13 pontos (25,5%)
Classificação final: 18º lugar, com 41 pontos (36%)
* Brasileiro com 24 clubes
** Brasileiro com 22 clubes
(Superesportes)