Por David Ribeiro Jr.
Eu escrevi antes que a recusa do PT em participar da Administração Getúlio Neiva era boa para o próprio Getúlio Neiva. Leia o texto aqui. Mas ele não é o único que ganha com essa recusa. Outro nome beneficiado — e muito beneficiado com esta situação — é o do empresário Ricardo da Emex.
“Como assim?”, você pode perguntar.
Respondo: toda pessoa que tem o mínimo conhecimento de uma ferramenta de marketing e gestão chamada de Brainstorm sabe que, do ponto de vista profissional, o melhor nome do PT para disputar as eleições é o de Ricardo da Emex. Por quê? Simples: porque um fato ocorrido nas últimas eleições até hoje não foi digerido pelos eleitores de Ricardo: a cassação da sua candidatura às vésperas do pleito. Ainda mais tendo em vista que Ricardo reverteu a cassação e ganhou na Justiça o direito de ter todos os seus votos contabilizados no pleito eleitoral.
É bem verdade que a vitória de Ricardo na Justiça, que penso, inclusive, ter sido pouco explorada pelo PT, não mudou o resultado das eleições. Getúlio teve mais votos numericamente também. Fim de jogo. Ocorre que é muito fácil para um bom marquetólogo usar de ferramentas publicitárias para convencer a população de que “agora é a nossa vez”, se é que você me entende. Por mais que eu respeite o nome de Thalles Contão, que é apresentado como pré-candidato, o nome de Maria José, que também é apontado, de Maria Helena Costa Salim, todos esses do PT, Ademir Camilo, do PROS, e principalmente aquele que parece ser o nome da vez, o jovem e dinâmico vereador Daniel Sucupira, tenho que admitir enquanto profissional de comunicação que nenhum destes nomes tem tantas chances de deflagrar uma campanha de marketing com apelo e possibilidade de adesão popular como o “injustiçado Ricardo da Emex”, e eu sei que você entende. Quem conhece o mínimo de comunicação sabe exatamente a que estou me referindo. Vou até parar de escrever sobre estratégias neste editorial porque eu estou oferecendo uma verdadeira consultoria gratuitamente aqui para o PT, e esta não é a minha intenção.
A questão, para fechar o assunto, é esta: se o PT tivesse aceitado compor com Getúlio Neiva, poderia sugerir aos nomes da composição que saíssem da Administração em março do ano que vem, e que insistissem na máxima e na tese de que o partido fez de tudo para ajudar a Administração Getúlio Neiva, mas sem sucesso, por culpa do chefe do Executivo. Se tivesse optado por agir assim, o PT teria a faca e o queijo na mão para fortalecer a imagem do partido e de qualquer candidatura que venha a propor, já que quem sairia fortalecido seria o partido, e não apenas um nome individualmente. Como preferiu um caminho diferente, voltamos à tecla de que hoje, com todo o respeito aos demais, o nome com maior probabilidade de atrair votos fora das hostes petistas continua sendo o de Ricardo da Emex.
Mas, como eu sempre costumo dizer, quem viver, verá!
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