— Por David Ribeiro Jr. —
Teófilo Otoni
Houve um tempo em que ninguém ganhava eleição para prefeito de sua cidade sem o apoio de deputados. Antes as coisas funcionavam assim: Quanto mais deputados apoiando, melhor!
Há quem diga que hoje em dia, com a revolução das redes sociais, o poio de deputados não é mais uma condição sine qua non para ser eleito(a). Essas pessoas advogam que “ter uma boa presença nas redes sociais é mais importante do que qualquer apoio”.
Bem… sou da opinião de que o apoio dos deputados já não é, de fato, um mais fator decisivo, mas entendo que tem a sua parcela de importância, sim. Até porque são os deputados, mesmo que eventualmente tenham a imagem desgastada — e aqui não faço juízo de valor de nenhum dos nossos representantes… só estou demonstrando como as coisas funcionam —, que canalizam o apoio das instâncias superiores…
Traduzindo: Deputados são agentes políticos que controlam emendas parlamentares — que, por sua vez, são ferramentas importantes no atendimento de demandas (e isso, sim, dá votos, mesmo que o deputado por si só não transfira voto algum).
É bem verdade que os deputados Bruno Farias (federal) e Neilando Pimenta (estadual), que dão título a este editorial, não são os únicos parlamentares com atuação na cidade de Teófilo Otoni. Na esfera federal temos visto nomes como Hercílio Coelho Diniz (MDB), Greyce Elias (Avante) ganhando cada vez mais espaço, isso sem falar nas atuações de Fábio Ramalho (MDB) e Vavá (Avante) que, mesmo não tendo sido eleitos, têm uma atuação muito ativa e muita projeção junto ao eleitorado teófilo-otonense. Além desses, não podemos deixar de mencionar os deputados apoiados pela Administração Municipal local, ou que apoiam a Administração do prefeito Daniel Sucupira: Leonardo Monteiro (PT), Rogério Correia (PT), Paulo Guedes (PT) e alguns outros.
Na esfera estadual temos, também, Coronel Sandro (PL), Adriano Alvarenga (Progressistas), além, de novo, dos deputados da esquerda: Dr. Jean Freire (PT), Beatriz Cerqueira (PT), Celinho Sintrocel (PCdoB) e vários outros.
Em resumo: Há muitos deputados cujo apoio pode ser importante numa eleição como a de 2024, mas é inegável que as atenções ainda estão voltadas para a posição que será tomada por Bruno Farias e Neilando Pimenta, até porque eles são os majoritários na cidade.
Depois da matéria que o MINAS REPÓRTER publicou na semana passada com o título Avante, de Bruno Farias, anuncia participação ativa nas eleições 2024 em Minas Gerais, o deputado federal Bruno Farias entrou em contato comigo e disse que, “em Teófilo Otoni o Avante apoiará o nome do candidato Marinho (Patriota)”. Farias também postou, pessoalmente, a mesma informação em alguns grupos de whatsapp voltados a discutir o cenário político na cidade e região.
A posição do deputado causou uma enorme dúvida na população, já que muita gente pensava que o Bruno (Farias) apoiaria ao outro Bruno (Balarini) que é, inclusive, o atual presidente do Avante na cidade. Balarini é, também, professor na Universidade Alfa/Unipac (que é de propriedade do deputado Neilando Pimenta) e havia quem acreditasse que dessa vez ele teria o apoio dos dois deputados.
Ocorre que Neilando Pimenta, embora não tenha se manifestado em momento algum de forma clara e objetiva sobre quem vai apoiar, nem mesmo extraoficialmente, tem pedido ao seu assessor Jorge Arcanjo, que confirmou a sua pré-candidatura à Prefeitura em novembro, para representá-lo em todos os eventos políticos e institucionais que não pode ou não consegue comparecer. Houve eventos que mesmo o deputado estando presente, pediu que se convidasse Jorge Arcanjo para também subir ao palco.
Para muita gente isso representa uma clara manifestação de apoio subliminar. Para mim, que cubro jornalisticamente a política local há mais de 30 anos, não há nada de subliminar na postura de Neilando em relação a Jorge Arcanjo. Está mais do que claro que ele está testando a viabilidade política do seu assessor para, quando chegar a hora, formalizar um eventual apoio, sim.
Outro detalhe importante, e que me autoriza a insistir no que escrevi no parágrafo anterior, é que, extraoficialmente, pessoas próximas ao deputado dizem que ele em hipótese alguma apoiará o nome de Marinho. Bem… a única coisa que posso dizer com certeza é algo que o deputado confidenciou a mim, pessoalmente: “É uma questão de honra fazer o próximo prefeito de Teófilo Otoni”. Detalhe: Neilando não me disse isso através de texto, de modo que alguém pode ter digitado por ele. Foi em uma ligação. O que podemos concluir dessa fala? Para Neilando e seu projeto político de futuro, a eleição do próximo prefeito de Teófilo Otoni é um pilar importantíssimo.
Mas aí há outro ponto a considerar. Desde antes das eleições de 2022 que Neilando e Bruno Farias têm trabalhado juntos, de forma bastante unida e coesa em prol de um projeto político em comum. Se Bruno apoia Marinho, e Neilando não apoia Marinho de modo algum (embora ele nunca tenha dito isso publicamente… são falas replicadas de pessoas no seu entorno), os dois deputados poderiam estar em palanques diferentes em 2024? Eles bateriam de frente?
Diante desse imbróglio, é quase impossível não nos perguntar: Afinal, Bruno e Neilando podem mesmo apoiar candidatos diferentes? Se sim, qual dos deputados tem o apoio mais significativo? Qual influenciará mais?
A minha opinião é que até as eleições o discurso de ambos estará afinado em torno de uma mesma candidatura. É claro que até ocorrerão muitas discussões e divergências, mas no final eles se manterão juntos… mas é claro que isso é só a minha opinião.
Como eu sempre digo: Quem viver, verá!