A greve dos caminhoneiros que atinge vários estados brasileiros chegou ao seu quarto dia. A categoria protesta contra a alta dos combustíveis. Em Minas Gerais, por volta das 13h, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizava 51 pontos de interdição nas BRs. Nesses pontos há restrição de passagem para veículos de carga, inclusive caminhonetes e furgões.
Fonte: Twitter PRF MINAS GERAIS
Na Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, às margens da BR-381, a movimentação é tranquila nesta manhã. Caminhoneiros permanecem no local, impedindo a entrada e saída de caminhões-tanque na refinaria para reabastecimento, além dos veículos de carga, também com tráfego bloqueado.
Motoristas de caminhonetes e outros veículos que transportam pequenas cargas também estão sendo parados pelos caminhoneiros na MG-424, próximo à Cidade do Galo, em Vespasiano. O protesto acontece em ambos os sentidos. Veículos de passeio podem passar.
Já nas estradas sob responsabilidade da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), por volta das 13h havia cinco pontos com restrição de carga. Uma, inclusive, chegou a provocar longas filas no Anel Rodoviário, como ocorrido nessa quarta-feira:
- BR-356, km 56, em ambos os sentidos: permitida passagem de carga viva, produtos perecíveis e veículos de passeio
- BR-356, km 73, em ambos os sentidos: permitida passagem de carga viva, produtos perecíveis e veículos de passeio
- MG-129, km 130, em ambos os sentidos: permitida passagem de carga viva, produtos perecíveis e veículos de passeio
- MG-424, próximo à Cidade do Galo: rodovia bloqueada no início da manhã, já liberada.
A paralisação causou desabastecimento de alimentos e combustíveis, comprometendo vários setores. Sem fornecimento de alimentos, os produtos começaram a desaparecer da CeasaMinas e os preços dispararam, com aumento médio de 140% e em alguns casos de até 470%, como na batata.
Os postos de Minas, São Paulo e outros estados começaram a ficar sem combustíveis. A BHTrans anunciou redução de 50% das viagens de ônibus fora do horário de pico e as empresas avisam que podem ser obrigadas a parar nos próximos dias. A PM diminuiu as viaturas nas ruas.
A falta de combustível também afeta os aeroportos. Em Brasília, pelo menos três voos foram cancelados e terminais de São Paulo, Recife, Palmas, Aracaju e Maceió só tinham querosene de aviação para operar até ontem. Para tentar amenizar o problema, no início da noite o presidente da Petrobras, Pedro Parente, anunciou redução de 10% no preço do diesel durante 15 dias.
Nesta quinta-feira, as hashtags #GreveDosCaminhoneiros e #EuApoioAGreveDosCaminhoneiros lideravam os Trending Topics, lista de assuntos mais comentados do Twitter.
(Fonte: Cristiane Silva/Simon Nascimento – Estado de Minas)