— Por David Ribeiro Jr. —

Eu imagino que muita gente esteja neste momento criticando a conjugação do verbo “ser” logo no início do título deste texto. A maioria das pessoas preferiria usar “quem serão” os pré-candidatos… Eu optei pelo verbo sendo conjugado neste tempo porque aqui comentarei os nomes que até então já foram de alguma forma apresentados como pré-candidatos à Prefeitura.

Trata-se de pessoas que, de alguma forma, já estão no páreo, embora eu mesmo não acredite que metade deles leve a candidatura adiante. Sendo muito sincero, duvido que tenhamos mais de três candidaturas no ano que vem. O que passar disso será brincadeira boba, esculhambação e arroubo de atrapalhação. Não será nenhuma surpresa se, no frigir dos ovos, só restarem dois nomes na disputa — um(a) candidato(a) da situação e outro(a) da oposição numa campanha plebiscitária.

O que pretendo neste artigo editorial é expor os nomes que têm aparecido por aí quando o assunto são sondagens pré-eleitorais estimuladas. E, se os nomes estão lá — nas sondagens —, é porque alguém, ainda que não seja a pessoa em si, acredita que esse dito nome pode sair candidato. E, como em política, onde há fumaça há pelo menos uma centelha de fogo…

Vamos aos nomes!

Daniel Sucupira

O atual prefeito municipal Daniel Sucupira (PT) é, evidentemente, o nome mais certo na disputa. É mais do que natural que um prefeito jovem à frente do cargo anseie pela reeleição. Embora seja bem verdade que a palavra final sobre a vitória — de quem quer que seja — é do público, é mais do que lógico que Daniel disputará. Da última vez que eu, enquanto repórter, perguntei ao prefeito sobre a sua sucessão, ele me disse que entendia não ser o momento certo de pensar nisso. Eu fiz a pergunta a Daniel em 1º de agosto/2019 durante o lançamento da AGRIVALES em um clube de festas no Bairro Ipiranga. Agora, dois meses depois, estamos há menos de uma semana de iniciar a contagem regressiva do ano eleitoral, o que quer dizer que, de agora para frente, o prefeito não poderá mais se esquivar de comentar o assunto da sua reeleição. A grande questão é que, no caso dele, a dúvida não é se Daniel será candidato ou não, e sim quem será o seu candidato a vice, mas isso já é assunto para outro editorial. Talvez amanhã!

Filipe Costa

O atual presidente da Câmara Municipal de Teófilo Otoni, vereador Filipe Costa, tem evitado falar de forma direta sobre uma eventual candidatura sua à sucessão municipal — o que me parece bastante lógico e acertado —, mas, nos bastidores do poder, todo mundo já o trata como pré-candidato. Sua postura incisiva de oposição ao atual prefeito Daniel Sucupira também não deixa dúvidas nos entendedores da política de que será candidato. Detalhe: nos corredores da política todo mundo tem comentado que Filipe Costa deverá receber o apoio do delegado Jeferson Botelho, que muitos consideravam o franco-favorito à disputa. Outro peso-pesado que pode apoiar o presidente da Câmara na eleição à sucessão municipal no ano que vem é o senador Carlos Viana, que pode até vir à cidade para confirmar oficialmente o seu apoio à candidatura de Filipe.

Delegado Jeferson Botelho

O ex-delegado Jeferson Botelho é outro nome de respeito junto à comunidade acadêmica e policial, e considerado como um verdadeiro jurista. Em seu favor há o fato de que, mesmo não tendo sido eleito, foi o candidato a deputado federal mais votado em Teófilo Otoni em 2018 com 13.435 votos na cidade, chegando a 18.271 votos totais no Estado. Para se ter uma ideia de como isso cacifou o delegado para se manter na disputa por um cargo eletivo, o segundo colocado na cidade foi o empresário Alemão do Sucatão (PSL) — 4.601 votos na cidade, e 7.520 em toda Minas Gerais. O terceiro colocado foi Leonardo Monteiro (PT) — 3.982 votos na cidade; e o quarto colocado foi Fábio Ramalho, o Fabinho Liderança, que, apesar dos seus 63.149 votos totais no Estado, na cidade só obteve 3.484 votos. Ou seja: o delegado, sozinho, obteve mais votos do que os três nomes seguintes juntos. Porém, de maio para cá o delegado Jeferson Botelho simplesmente sumiu das redes sociais e não comentou mais a sua eventual candidatura. Pessoas próximas a ele dizem que não disputará a Prefeitura e se preservará para voltar forte como candidato a deputado novamente em 2022. Como explicado no parágrafo acima, há quem afirme que Jeferson apoiará o presidente da Câmara Municipal, Filipe Costa na disputa.

Bruno Farias

O enfermeiro e professor Bruno Farias é, atualmente, o presidente do Avante em Teófilo Otoni. Bruno tem grande proximidade com o presidente nacional da legenda, o deputado federal Luiz Tibé, e também com o deputado estadual Neilando Pimenta — que muitos apontam como seu padrinho político. No último ano (2018) Bruno ganhou ainda mais notoriedade política ao trabalhar de forma direta na composição da chapa do partido para a disputa estadual em Minas Gerais. Por outro lado, essa maior permanência em Belo Horizonte o afastou um pouco da base, em Teófilo Otoni. Há quem diga que agora, que o ano eleitoral está para começar, Bruno Farias deve voltar a passar mais tempo na terrinha de olho nas eleições do ano que vem. Contudo, não está obcecado para ser candidato a prefeito a qualquer custo. E tanto é assim que o partido, sob sua tutela, vem investindo muito em trazer para as suas bases um outro Bruno…

Bruno Balarini

O geógrafo e especialista em Meio Ambiente Bruno Balarini é um nome que detém o respeito de todas as correntes políticas, de esquerda e de direita em Teófilo Otoni. Ele já foi secretário municipal na Administração da então prefeita Maria José (2005–2012), e depois, como reconhecimento da sua competência, também foi secretário no governo Getúlio Neiva (2013–2016). Eu tive a oportunidade de me encontrar com Bruno um dia antes da publicação deste artigo e ele foi categórico em afirmar que, no tempo certo, apresentará um programa de Governo com base em tudo o que pretende fazer, se eleito. Mas adiantou: “Não venderei nem lotearei o governo antecipadamente, como estamos acostumados a ver por aí. Quero ser um prefeito que tenha liberdade para governar, sem estar preso a compromissos que, na maioria das vezes, acabam indo contra o verdadeiro interesse da população”, me explicou ele.

Paulo Henrique Coimbra

O jovem administrador Paulo Henrique Coimbra (PR), que acaba de entrar para o time dos papais (leia mais aqui) é outro nome que muita gente aposta como candidato certo à sucessão. No último pleito, em 2016, PH, como vem sendo chamado nas redes, desafiou a hegemonia das candidaturas de Getúlio Neiva e do PT (na época representado por Daniel Sucupira) e se lançou como uma opção alternativa que resultou na expressiva marca de 11.440 votos. Estrategicamente, Paulo Henrique optou por não se lançar candidato a deputado em 2018. Preferiu apoiar as candidaturas de Aécio Neves (PSDB) para federal, e de Gustavo Santana (PR) para estadual, e espera contar com o apoio de ambos em 2020 quando se lançará novamente na disputa. Eu tive a oportunidade de conversar com PH por quase duas horas no mês de setembro e tive a impressão de que está ainda mais amadurecido agora do que em 2016. Mas, por outro lado, inevitavelmente terá que responder por que motivo tem estado afastado da vida pública. É bem provável que, se a pergunta surgir, ele responda que esteve sempre por aí, mas, por não ter mandato, não ficou muito em evidência. A questão é saber se esta resposta será o suficiente para o eleitor médio. Se este for o caso, a campanha se tornará ainda mais uma prova de força para Paulo Henrique. Quem convive com ele, garante que está pronto para o desafio.

Ademir Camilo

O ex-deputado federal Ademir Camilo Prates Rodrigues (MDB) é outro nome que tem aparecido bastante nos corredores do poder político local. Ademir foi vereador por dois mandatos, vice-prefeito de Getúlio Neiva (2001–2004) e deputado federal por quatro mandatos. É outro nome que os críticos dizem que amadureceu bastante com o passar dos tempos e tem sido muito proativo na estrutura política estadual. Há quem diga, no entanto, que Ademir, por mais que, de fato, vá trabalhar nos bastidores para ajudar um nome a se eleger, deve acabar optando por voltar à Câmara Federal, o que deve ocorrer em 2021, quando alguns deputados, muito provavelmente, se licenciarão para disputar prefeituras e outras funções — Aí Ademir, que é suplente, deve voltar ao Congresso.

Alemão do Sucatão

O empresário José Milton dos Santos, o Alemão do Sucatão, sempre foi um homem próximo da política. A partir dos anos 2000 essa proximidade aumentou bastante depois de ter sido candidato a vereador — e a deputado, mais recentemente —, além de ter sido secretário municipal nos dois últimos governos do prefeito Getúlio Neiva. Em 2018 provou ter brilho próprio ao obter 4.601 votos para deputado federal só em Teófilo Otoni. Atualmente, é o presidente do PSL local, o partido do presidente Bolsonaro. Recentemente, houve um disse me disse na mídia local dando contas de um certo desgaste entre Alemão e o deputado Estadual Coronel Sandro (leia aqui), mas o mal-entendido já foi resolvido (leia aqui) e, segundo consta, hoje estão todos alinhados em lançar um candidato de consenso que atenda aos interesses do partido. Alemão pode vir a ser este candidato.

Jorge Arcanjo

O bacharel em Direito Jorge Arcanjo da Rocha lida diretamente na política há mais de trinta anos. Já foi colunista de jornalismo político; líder de movimento sociopolítico; chefe de gabinete do prefeito Jackson Perdigão, em Itambacuri; secretário de Governo em Campanário; chefe de Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Teófilo Otoni e assessor especial do Governo do Estado para o Vale do Mucuri. Contudo, nunca exerceu cargo eletivo. Em 2018 foi candidato a deputado estadual pelo partido Democracia Cristã (DC) e obteve a expressiva marca de 5.412 votos na cidade, o que o deixou na segundo colocação geral na cidade. A votação obtida, quando associada ao fato de ser considerado o principal cabo eleitoral de Daniel Sucupira em 2016, o credencia a sair candidato e tentar voo solo.

Cícero Santana

O médico Cícero Marcelo Saraiva Santana já foi candidato a prefeito de Ataléia (2012) e a vice (2016). Há quem diga, no entanto, que não conseguiu maior expressão política na cidade dos seus pais porque, na realidade, vive em Teófilo Otoni. E, de fato, foi aqui na terrinha que se destacou como profissional da Medicina e como gestor de saúde pública, já tendo sido diretor do Hospital O Bom Samaritano e diretor técnico do Hospital Santa Rosália. Atualmente, o Dr. Cícero é vice-presidente do diretório municipal do DC e colocou o seu nome à apreciação da comunidade local como candidato a prefeito.

Neilando Pimenta

O deputado estadual Neilando Pimenta está, atualmente, em seu terceiro mandato parlamentar. Extraoficialmente, comenta-se que será o seu último, embora o próprio Neilando nunca tenha dito isso publicamente. Em 2016, após o AVC de Getúlio Neiva, Neilando foi o primeiro nome de consenso do grupo para assumir a candidatura. No entanto, como alguns à época insistiam em manter Getúlio como cabeça de chapa, mesmo estando doente, Neilando, que já era deputado, achou por bem não intervir. Resultado: Getúlio perdeu. Não faltam cantigas de que tudo seria diferente se Neilando tivesse sido o candidato. Mas esta é uma hipótese que, logicamente, nunca poderá ser sequer testada, quanto mais provada. Mas ainda há quem ainda sonhe em vê-lo como candidato em 2020. O deputado, por sua vez, prefere não falar aberta e publicamente sobre esta possibilidade.

Thalles Contão

O ex-vereador e ex-secretário municipal Thalles Contão é outro nome que detém o respeito do grupo do ex-prefeito Getúlio Neiva. Há quem diga que Thalles é o favorito de Getúlio que, mesmo não estando presente na vida pública, dos bastidores tem acompanhado com muito afinco a política local. Um dos maiores percalços que Thalles terá que enfrentar é a conversa de bastidores que hoje dá conta de que o deputado federal Fábio Ramalho, do MDB, teria extraoficialmente feito um acordo com o prefeito Daniel Sucupira para indicar o seu candidato a vice. Thalles e Sucupira têm algumas diferenças que vêm desde às eleições de 2016. Será que o favorito de Getúlio Neiva à sucessão aceitaria ser vice de Daniel? Os entendidos acreditam que, se o acordo entre Fabinho e Daniel receber a bênção do diretório estadual, Thalles, que hoje preside a Comissão Provisória do MDB na cidade, pode deixar o partido. Uma segunda corrente de analistas insiste em dizer que tal acordo nunca prosperará, até porque o PT não quer de jeito nenhum voltar a se associar ao MDB depois do dilema Dilma-Temer — quando o PT acusou Temer de articular um “golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff. Mas como em política nunca se deve dizer “NUNCA”…

Ricardo da EMEX

O empresário Ricardo Bastos Peres, diretor-superintendente do Grupo EMEX (Empresa Mineira de Explosivos) é um executivo de competência reconhecida. Em 2011 assumiu a Presidência da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Teófilo Otoni, onde tem feito um trabalho excepcional à frente da entidade. Foi o reconhecimento da sua gestão à frente da ACE que o gabaritou a ser convidado pelo PT, em 2012, para se lançar candidato a prefeito pelo partido, obtendo a expressiva votação de quase 28 mil votos. Atualmente o seu nome voltou a ser ventilado por mais de um partido. Por sua vez, em recente entrevista que concedeu ao programa Encontro Marcado, da Rádio 98 FM, Ricardo teria dito entender que este não é o momento para pensar em ser candidato a prefeito. Elogiou o trabalho do prefeito Daniel Sucupira e comentou que, por mais honrado que fique com a menção do seu nome, prefere trabalhar em torno do aniversário dos 80 (oitenta) anos da ACE), a ser comemorado em fevereiro de 2021, e pela bandeira da retomada da industrialização (leia mais aqui). Contudo, como a política é muito dinâmica…

Frank Alves

Ainda em se falando de lideranças empresariais, outro nome que também tem ganhado destaque nos corredores da política local é o do empresário Frank Alves. Frank é sócio-diretor da Rádio 98 FM, ex-presidente do Automóvel Clube de Teófilo Otoni e atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-TO). Considerado uma pessoa de fino trato e de capacidade gerencial reconhecida, Frank é o tipo de pessoa que venceu na vida graças ao seu esforço e à sua capacidade de encontrar espaço. Muitos empresários da cidade reconhecem a sua capacidade e defendem abertamente o seu nome para se candidatar à sucessão municipal. Ele mesmo, no entanto, evita falar sobre o assunto, embora não descarte a possibilidade.

Encerrando…
Eu tenho certeza de que você está sentindo falta de muitos outros nomes nesta lista. Em política há, de fato, os chamados casos de surpresas. É muito provável que agora que a corrida à sucessão vá começar oficialmente, outros tantos nomes sejam apresentados. É importante esclarecer, no entanto, que a maioria dos outros nomes que forem surgindo não passarão de balão de ensaio — o que não quer dizer que um nome fora desta lista possa aparecer e se destacar. Pode, sim. Mas eu — eu, somente — acredito que o mais provável é que a disputa não fuja muito do que apresentei aqui nesta lista. E insisto que não será surpresa se, pela primeira vez desde à redemocratização, tivermos uma campanha plebiscitária em Teófilo Otoni; ou seja: uma campanha com apenas dois nomes na disputa.

E, como eu sempre digo: quem viver, verá!