O presidente da Associação Comercial e Empresarial (ACE) de Teófilo Otoni, Ricardo Bastos Peres, foi taxativo em afirmar, durante entrevista ao vivo à Rádio 98 FM na tarde desta quinta-feira (26/03) que, apesar do risco que representa o coronavírus para a saúde pública, não vê outra opção neste momento que não seja a migração responsável da quarentena horizontal para a quarentena vertical.
A quarentena vertical, esta que está em vigência, implica em mandar todo mundo para casa e se libera o funcionamento apenas dos serviços e empresas essenciais, para a chamada quarentena vertical, aquela em que se isola as pessoas idosas e demais integrantes dos grupos de maior risco para liberar a população para trabalhar e não deixar a economia ruir — que é uma preocupação tão legítima quanto a saúde pública.
A afirmação foi feita ao apresentador Vanilson Souza durante o Jornal da 98, ocasião em também participaram representantes da CDL e do Sindcomércio.
Durante a entrevista, uma ouvinte mandou mensagem criticando a postura dos líderes classistas e disse que estavam preocupados apenas com lucro, deixando de levar em conta a saúde pública da população. Nesse momento o presidente da ACE foi bastante firme em sua posição: “Não é uma questão de preocupação com lucro. Ao contrário, é uma preocupação legítima com a sobrevivência de todo um sistema. É fácil para quem é funcionário público ou empregado de uma grande empresa que pode se dar ao luxo de manter os funcionários em casa defender a quarentena absoluta. Mas pergunte ao autônomo que depende do fluxo de caixa diário para sobreviver como ele está se virando nestes dias”, respondeu o presidente da ACE.
Ricardo Bastos relatou, inclusive, um fato que ocorre bem próximo a ele: “Todos os dias um vendedor ambulante passa de bicicleta na minha empresa para vender biscoitos para o nosso pessoal. Como esse vendedor está em quarentena, não pode mais vender os seus biscoitos e, por conseguinte, não tem como fazer caixa para levar o leite todos os dias para os seus filhos”. E completou: “E mesmo as empresas do segmento industrial, como é o meu caso, estão encontrando dificuldades porque, por mais que tenhamos autorização para continuar produzindo, estamos tendo dificuldades para fazer os insumos chegarem até nós por causa do fechamento das fronteiras dos estados portuários do Brasil”, detalhou.
As lideranças empresariais estavam tentando um encontro com o prefeito Daniel Sucupira para, em nome de toda a classe empresarial e empreendedora da cidade, pedir a migração da quarentena horizontal para a quarentena vertical. Os líderes ainda defendem que, mesmo com o comércio de portas abertas, as medidas de prevenção continuem, como o uso de máscaras e outros cuidados.
(Fonte: ACE)