Crescimento é de aproximadamente 28% em relação ao ano passado.
A safra mineira de café deve atingir 28,5 milhões de sacas, representando 57% da produção nacional. Dentre os estados produtores, Minas Gerais foi o que apresentou o crescimento mais significativo. Em relação à safra do ano passado, o aumento é de 27,8% pautado, principalmente, pelo crescimento da produção nas regiões do Cerrado Mineiro e Sul do Estado. A safra brasileira deve ficar em 49,7 milhões, com aumento de 14,9% em relação à safra anterior.
Os números fazem parte do Segundo Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), anunciado nesta terça-feira (24/5), considerado o Dia Nacional do Café. Realizado em parceria com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), na Cidade Administrativa, é a primeira vez que o anúncio de estimativa nacional de safra é realizado em Minas, principal estado produtor de café do país.
Bom desempenho
Em Minas Gerais, a área total de café em produção deve ultrapassar um milhão de hectares, superior em 4,04% em comparação à safra passada e a produtividade média está estimada em 28,27 sacas por hectare, índice 22,82% acima do resultado obtido na safra 2015.
As condições climáticas favoráveis, a bienalidade positiva no estado (que é a característica da cultura cafeeira de alternar safras altas e baixas), o aumento do uso da tecnologia, além da incorporação de novas áreas produtivas são alguns dos fatores que contribuíram para o bom desempenho das lavouras mineiras.
Na avaliação do secretário de Agricultura, João Cruz, a safra mineira atinge um volume expressivo, após dois danos de baixa, e essa recuperação é fundamental. “Estamos sinalizando para o mercado internacional que temos condições de garantir o abastecimento em níveis mundiais e oferecendo produção de qualidade”, afirma.
O café é o principal produto da pauta de exportação do agronegócio do estado, respondendo por 50,3% do valor exportado, totalizando US$ 3,7 bilhões. Para o presidente interino da Conab, Igo dos Santos Nascimento, essa recuperação é fundamental na medida em que implica em melhoria de renda do produtor rural, além de promover a dinamização de toda a economia, devido à importância do café para o estado.
Metodologia
A Conab realiza quatro levantamentos da safra de café ao longo do ano. O primeiro foi divulgado em janeiro, período de pós-florada, quando a estimativa de colheita ficou entre 49,13 milhões e 51,94 milhões de sacas de café beneficiado. O relatório desta terça-feira se baseia no período de pré-colheita e os dados indicam informações como estimativas de produção, área plantada e produtividade.
O próximo levantamento está previsto para agosto e traça um panorama da cafeicultura nacional em plena colheita. E o quarto e último levantamento, previsto para dezembro, considera o período pós-colheita de 2016.
Inclusão Digital de Cafeicultores
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG) apresentou o projeto Inclusão Digital de Cafeicultores. Em 14 municípios das regiões produtoras do Sul de Minas, Zona da Mata e Vale do Jequitinhonha, cafeicultores familiares estão aprendendo a utilizar o computador para gerenciar as atividades no campo, enviar e-mails e acessar informações de mercado.
Segundo o presidente da empresa, Glênio Martins, o mercado do café é muito dinâmico e os cafeicultores precisam de informações de qualidade e em tempo hábil para evitar prejuízos. “Todo o resultado de melhora da safra traduz o esforço de ação coordenada e consolidada dos órgãos públicos”, avalia. Neste semestre, 60 produtores participam dos cursos de introdução à informática e sustentabilidade, sem registros de evasão e a participação efetiva de jovens e mulheres.
Melhoramento Genético
A Empresa de Pesquisa Agropecuária (Epamig) fez a apresentação das 15 cultivares desenvolvidas ao longo de quatro décadas, dentro do Programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro.
Essas cultivares se diferenciam quanto ao porte, vigor vegetativo, resistência a pragas e doenças, coloração dos grãos, produtividade e qualidade do produto final. De acordo com o Presidente Rui Verneque, até 2017, a empresa se preparara para o lançamento de mais duas novas cultivares (Pioneira e Vanguarda).
Certifica Minas Café
Encerrando o evento, o secretário João Cruz apresentou o Programa Certifica Minas Café, que está estruturado em quatro linhas de atuação: o circuito mineiro de cafeicultura, o concurso de qualidade do café; a certificação das propriedades e o mapeamento do parque cafeeiro do Estado.
“O Certifica Minas Café é uma das prioridades do Governo de Minas, dentro da área da agricultura, e conta com a participação efetiva da Emater-MG, Epamig e Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), visando à profissionalização do produtor mineiro e a garantia de oferta de cafés com padrão de qualidade cada vez mais reconhecido no mercado internacional”, explica.
(Agência Minas)