Equipe do Morumbi dá vexame e sai do estadual com goleada em Osasco.
O São Paulo deu vexame Paulistão. Não só foi eliminado nas quartas de final do campeonato como ainda ouviu “olé” da pequena torcida do Audax, que gritava “mais um” já aos 25 minutos do segundo tempo, quando a goleada estava sacramentada: 4 a 1 para o time de Fernando Diniz. A equipe de Bauza abandonou o Estadual da pior forma possível, com uma atuação que não enche de esperança o torcedor para o jogo decisivo de quinta-feira contra o Strongest, pela Libertadores. A maior parte das 7 mil pessoas que foi ao estádio José Liberatti neste domingo era são-paulina. E esse grupo protestou gritando: “Libertadores virou obrigação”.
Com uma atuação apática de toda a defesa, e sem poder de marcação, o São Paulo, lento, foi envolvido com facilidade pelo time de Osasco. Se o time de Bauza havia feito um primeiro tempo irregular, voltou do intervalo ainda pior: sequer viu a bola e poderia ter sofrido mais gols. Todas as sobras e os rebotes caíam nos pés do time de Osasco.
Com o resultado deste domingo à noite, o São Paulo é o primeiro grande a cair no Paulistão. O Corinthians, que venceu o Red Bull Brasil, e o Santos, que ganhou do São Bento, já estão classificados às semifinais. A última vaga será definida nesta segunda no confronto entre Palmeiras e São Bernardo, às 21 horas, no Allianz Parque.
A derrota em Osasco é mais do que péssima para o time de Bauza. Agora fora do Estadual, o São Paulo faz um jogo decisivo em La Paz, quinta-feira, pela Libertadores. Para conquistar a vaga às oitavas de final, é preciso ao menos empatar. Se perder, também estará eliminado da competição continental. Caberá a Bauza não deixar que os 4 a 1 deste domingo reflitam no jogo na Bolívia contra The Strongest.
O jogo – O São Paulo vinha de vitória importante pela Libertadores. Bauza manteve a base do time que derrotou o River Plate no Morumbi. A principal novidade foi o retorno de Lugano no lugar de Maicon.
E o principal defeito do time foi um só: a marcação frouxa já a partir do meio de campo. Um exemplo foi o primeiro gol do time de Fernando Diniz. Ytalo teve tempo suficiente para decidir se chutava ou não. Ele arriscou e abriu o placar.
O time de Bauza, que começou o jogo recuado, não conseguia criar jogadas. Já o Audax, entre erros e acertos, impunha seu jogo rápido e de toque de bola. E pressionava a saída de bola do São Paulo. Denis começou a ter trabalho. O goleiro fez dois milagres em sequência após um erro de Rodrigo Caio.
O Audax chegou ao gol aos 27 minutos. Ytalo, da intermediária, acertou um chute no canto esquerdo de Denis. A bola, que desviou em Rodrigo Caio, traiu o goleiro do São Paulo. Mas o time de Osasco comandado por Fernando Diniz tem uma obsessão, de jamais dar chutão. Mas às vezes isso é necessário.
O goleiro Sidão e os zagueiros tentam sair jogando mesmo quando estão pressionados – e às vezes o erro é fatal. Michel Bastos, por exemplo, roubou uma bola no campo de ataque e rolou para Calleri. O argentino saiu na cara do gol e empatou o jogo, aos 34 minutos. Foi o quarto gol do argentino no Campeonato Paulista. E já são 11 na temporada.
Mas quando o São Paulo dava sinal de reação e passava a atacar mais, o Audax ficou mais uma vez na frente do placar. Aos 41 minutos, Ytalo recebeu um lançamento, aproveitou o espaço entre os zagueiros do São Paulo e tocou de primeira, por cobertura. Golaço.
No segundo tempo, o São Paulo sequer teve tempo para buscar o empate, porque o Audax ampliou já aos 5 minutos. Juninho cobrou falta, a bola acertou a trave. E Mike não teve problema para marcar o gol no rebote. Mais um vez o São Paulo deixou um adversário livre de marcação.
O 3 a 1 foi o placar que o Audax precisava para jogar ainda mais na velocidade, explorando mais espaços do São Paulo. Bauza tentou mudar o jogo, colocando Alan Kardec, Centuríon e Wesley. Mas não deu jeito. O time continuou perdido. Aos 24 minutos do segundo tempo, a goleada foi confirmada.
Mike driblou Mena e bateu cruzado. Denis espalmou e Juninho fez o quarto. Estava acabado o jogo para o São Paulo e o Audax de Fernando Diniz fez história ao chegar à semifinal de um Paulistão.
(Com Estadão Conteúdo)