Ao final da maratona das convenções partidárias, finalizadas ontem, os mineiros terão no jogo eleitoral sete pré-candidatos ao governo de Minas Gerais. É a primeira vez, desde a redemo-cratização, que o pleito não será polarizado. Estão no páreo o petista Fernando Pimentel, que tenta a reeleição, o senador Antonio Anastasia (PSDB), o ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB), o deputado federal Rodrigo Pacheco (DEM), João Mares Guia (Rede), Romeu Zema (Novo) e Dirlene Marques (PSOL).
O número de pré-candidatos pode ser alterado devido à situação eleitoral de Lacerda. Vetado pelo PSB, ele entrou na Justiça, mas pode desistir da empreitada.
Como o imbróglio envolvendo Lacerda ainda não teve um desfecho, muitos partidos, de médio e pequeno portes, decidiram postergar a definição sobre coligações para o prazo final de registro das candidaturas: 15 de agosto. Eles poderão fortalecer os palanques dos pré-candidatos já oficializados.
DEM
Também apresentando-se como via alternativa, o deputado federal Rodrigo Pacheco foi lançado pré-candidato do DEM ao Palácio da Liberdade em convenção ontem. Pacheco prometeu não desistir no meio do caminho. “O fato é que a política de Minas nos últimos dias andou muito tumultuada, há vários partidos que não se definiram. No momento, nós vamos buscar novas coligações e conversas com partidos que, a partir da frustração da candidatura de Marcio Lacerda, possam se realinhar”, afirmou.
PT
Na convenção petista realizada ontem, em Venda Nova, o governador Fernando Pimentel (PT) foi escolhido pré-candidato à reeleição e a ex-presidente Dilma Rousseff será o nome do partido para o Senado. Assim como no plano nacional, a escolha do vice foi postergada.
Na convenção, foi lida uma carta do ex-presidente Lula, escrita do cárcere, em Curitiba, e repleta de críticas, especialmente ao senador Aécio Neves (PSDB), que confirmou pré-candidatura a deputado federal. “Aécio Neves, que chegou a pedir recontagem de votos, após perder em 2014, está lançando um prato novo, meio diferente, que não tem muito a ver com a cozinha mineira nem é muito ecológico: o escondidinho de tucano. O povo mineiro não vai engolir essa receita indigesta nem para presidente, nem para governador, nem para o Senado, nem para deputado federal”, diz trecho da carta.
Fernando Pimentel também endossou o coro pela candidatura de Lula. “O povo vai votar em quem está do lado dele. Foi o povo que elegeu Dilma duas vezes e o Lula. E vai eleger de novo. Não importa se ele está preso”, disse o governador.
A convenção do PT foi marcada por críticas aos tucanos. Anastasia foi oficializado no fim de semana anterior, em 24 de julho, também com críticas ao rival. Após guerra de decisões judiciais, Lacerda pode abrir mão em prol de chapa proporcional.
O acordo nacional entre PSB e PT, que propôs a retirada da candidatura de Marcio Lacerda em Minas Gerais para apoiar a reeleição do petista Fernando Pimentel, ainda gera expectativa no cenário eleitoral. Isso porque, após uma rodada de negociações com o PSB nacional, Lacerda disse, em Brasília, em entrevista ao Uol, que, além da pré-candidatura dele, está em jogo a composição das chapas para deputados.
Ele admitiu que entrar com novos processos judiciais poderia inviabilizar os pré-candidatos do partido nas chapas proporcionais. “Isso criaria um caos no sentido de não ter candidato nenhum, a nada em Minas, nem a deputado. Não é essa nossa intenção”, afirmou. Mesmo assim, o ex-prefeito ainda tentava convencer o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, a voltar atrás e liberar a pré-candidatura. Até o fechamento desta edição, o encontro não havia terminado.
Hoje, estão marcadas novas rodadas de negociações. O fim de semana foi de batalha jurídica entre Lacerda e o PSB nacional. Ontem, à noite, o ex-prefeito informou que não pretendia mais ir à Justiça.
(Fonte: Lucas Simões e Rafaela Matias – Hoje em Dia)