TSE mantém desaprovação de contas de campanha de Pimentel

TSE mantém desaprovação de contas de campanha de Pimentel

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve a desaprovação das contas de campanha do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e do vice dele, Antônio Andrade (PMDB), em julgamento realizado na manhã desta quinta-feira (25). Por cinco votos favoráveis e dois contra, o TSE manteve a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) de rejeitar as contas de campanha. Com base na reprovação das contas, o Ministério Público Eleitoral tem mais elementos para pedir a cassação do mandato do petista e do peemedebista. O tribunal rejeitou a multa, no valor de R$ 50 milhões.

Após dois votos favoráveis e um contra a rejeição das contas, o julgamento havia sido suspenso em 6 de outubro do ano passado depois do pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. Mendes pediu mais tempo para análise para incluir no processo os dados colhidos na operação Acrônimo, da Polícia Federal (PF), que tem como alvo principal o governador. O compartilhamento de dados, determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), atendeu a uma solicitação de Mendes.

A ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora do recurso, votou por manter a decisão do TRE-MG e, portanto, rejeitar as contas. Os ministros José Dias Toffoli (presidente), Gilmar Mendes (vice-presidente), Luiz Fux e Henrique Neves seguiram o voto da relatora. Já os ministros João Otávio de Noronha e Luciana Lóssio proferiram voto para acatar o recurso de Pimentel.

TRE-MG

A desaprovação das contas de campanha do petista aconteceu em dezembro de 2014, quando o Tribunal Eleitoral mineiro identificou irregularidades como a extrapolação do limite de gastos. A campanha encabeçada pelo petista, segundo o TRE, gastou R$ 10,1 milhões além da previsão inicial, de R$ 42 milhões. Além disso, a prestação de contas não teria levado em conta despesas de outros candidatos e comitês eleitorais cujo material favoreceu a campanha de Pimentel. A defesa alegava que o valor extra não deveria ser levado em conta no teto de gastos e que foi transferido ao comitê financeiro único do PT de Minas.

Acrônimo

Conforme o Hoje em Dia mostrou, com exclusividade, em outubro do ano passado a PF atribuiu a Pimentel o crime de falsidade ideológica por entender que ele subfaturou gastos da campanha com as empresas de serviços gráficos do empresário e amigo Benedito de Oliveira, o Bené, pivô da Acrônimo.

De acordo com a PF, Pimentel seria responsável pelo subfaturamento de gastos com as empresas de serviço gráfico ligadas ao empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, apontado como operador financeiro de um esquema de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e caixa 2 eleitoral.

Conforme o relatório de inteligência, a PF concluiu que houve “autoria de tal delito por parte de Fernando Damata Pimentel por ter apresentado dados inverídicos na prestação de contas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”. De acordo com perícia realizada, as notas fiscais das despesas divergem da ordem de serviço. O documento foi remetido ao ministro Herman Benjamin, relator do processo que investiga o governador no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

Em nota, o PT alegou:

“Na manhã desta quinta, 25, o TSE reformou a decisão do TRE/MG relativa as contas da campanha do governador Fernando Pimentel. O TSE considerou que não houve extrapolação do limite de recursos na campanha, rejeitando o fundamento apresentado tanto pelo PSDB, quanto pelo Ministério Público Eleitoral/MG. A multa foi cancelada e por meras impropriedades formais, manteve a desaprovação das contas.”

(Ezequiel Fagundes – Hoje em Dia)



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