“Uma nova configuração geográfica para o Brasil”, por Márcio Barbosa dos Reis

“Uma nova configuração geográfica para o Brasil”, por Márcio Barbosa dos Reis

Dividir para melhor gerir

Márcio Barbosa dos Reis é membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual

Por Márcio Barbosa dos Reis

O Brasil está entre os cinco maiores países do mundo, atrás da Rússia, Canadá, Estados Unidos e China. Ele possui as mais variadas riquezas naturais e nos mais diversos sentidos da palavra, e num paradoxo sem precedente, a população, em sua imensa maioria, vive na pobreza. A riqueza que é produzida no Brasil não beneficia a todos é um fato inconteste.

A língua falada, a intensa migração e a miscigenação populacional permitem que a unidade territorial se mantenha intacta até os dias atuais, mesmo diante das terríveis diferenças econômicas regionais.

Alguns movimentos separatistas foram identificados no país ao longo de sua história, por razões diversas, não afetas a este artigo, entretanto, não prosperaram.

Nos dias atuais, os movimentos separatistas, tem ganhado forças. A União da República Socialista Soviética, em 1991, foi fragmentada em vários países. Em 2016, o Reino Unido, no plebiscito conhecido como Brexit, decidiu sair do bloco europeu. Em setembro último, a Catalunha foi o exemplo mais recente de manifestação de separação, quando no plebiscito, ainda controverso, decidiu tornar-se independente da Espanha.

Cada território tem lá seus motivos para almejarem a separação de um governo central do qual não se identificam.

Os Estados brasileiros da região Sul, tem a um longo período, latente esse desejo de separação do restante do pais. São diversos os motivos que os levam a esse desejo, que vão desde o cultural, econômico até o político.

Diante da atual conjuntura política, pela falta de representatividade dos parlamentares com os eleitores, e econômica, com medidas nessa área contrárias aos interesses e a soberania nacionais, talvez essa seja uma alternativa que venha a se colocar ao país. Nessa direção, talvez seja viável, não só a separação da região Sul do país, como de outros Estados-membros para se tornarem independentes desta “Federação de faz de contas” que é o Brasil.

Assim, Minas Gerais e o Estado do Espírito Santo poderá se unir para formar um Estado soberano, e outros que possam se identificar melhor culturalmente e assim o desejarem. Uma coisa hoje é certa: permanecer vinculado a Brasília significa pagar uma conta muito alta e acumular prejuízos.

Uma nova configuração geográfica para o Brasil deveria entrar na pauta de discussão nacional, sem preconceitos, como uma possível alternativa para superar a crise. Dividir para melhor gerir, e, acompanhar mais próximo o poder pode ser uma, dentre poucas saídas políticas para o Brasil.

Márcio Barbosa dos Reis
Membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni e auditor fiscal da Receita Estadual.
E-mail: marciobareis@outlook.com

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