A chegada das primeiras doses de uma vacina contra a Covid-19 em Minas Gerais, na segunda-feira (18), acendeu a esperança do combate à pandemia, dez meses após o início da crise sanitária no Estado.
A imunização dos mineiros, entretanto, não tem data para ser concluída, e pode demorar até um ano, conforme o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou em reunião com gestores de municípios mineiros na tarde de na última terça-feira (19).
“Será um processo longo, talvez mais do que ao que assistimos do início da pandemia até este momento. Dependendo da disponibilidade de vacinas, esse processo pode levar nove, dez, 11, 12 meses, não sabemos o quanto. Países peso-pesado têm conseguido, de certa maneira, dominar o suprimento (de vacinas) em detrimento de outros. O Brasil está no meio do caminho e não ficou totalmente desabastecido, mas gostaria de ter uma quantidade maior”, disse.
O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, reforçou que a vacinação demorará a chegar a toda população. “(A campanha) com certeza será longa e demorará vários meses. O gargalo que temos é a produção”, destacou.
Por ora, o Brasil conta apenas com as 6 milhões de doses da Coronavac importadas da China pelo Instituto Butantan e distribuídas aos Estados. Nesta semana, a instituição, sediada em São Paulo, pediu autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para distribuir emergencialmente outras 4,8 milhões de doses, envasadas no Brasil.
O governo federal promete 2 milhões de doses da vacina da empresa AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, produzidas na Índia, porém a chegada dessas unidades não tem data oficial para acontecer.
Ainda na última terça-feira (19), o governo de Minas concluiu a entrega de 100% do primeiro lote de vacinas que levaria a todas as 28 regionais de saúde do Estado. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, 496.160 doses foram entregues, a maioria via transporte aéreo. No total, Minas recebeu 577.480 doses.
A distribuição foi finalizada às 16h – menos de 18 horas depois da chegada dos imunizantes a Belo Horizonte. Das 577.480 doses, 57% foram transportadas por cinco aviões e três helicópteros da frota do Estado. Ao todo, foram realizadas 30 horas de voo para atendimento aos 25 municípios-sede.
O restante, destinado às regionais de Divinópolis e Sete Lagoas e à capital, foi entregue por caminhões.
Cidades podem definir qual grupo da 1ª fase vai priorizar
As cidades devem seguir o Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde para a definição dos públicos prioritários da vacinação, mas cada um, conforme as doses recebidas, pode planejar quais grupos vai imunizar primeiro. A informação é da Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES-MG). Em BH, serão os profissionais de saúde de hospitais, Unidades de ProntoAtendimento (UPAs) e Samu.
Com a chegada de novas doses, devem ser incluídos idosos em asilos e trabalhadores que atuam nesses locais e profissionais da atenção primária em saúde. Em Betim, nas duas unidades do Cecovid, 100% dos profissionais serão imunizados. Nas demais unidades das redes de saúde pública e privada, 30% dos trabalhadores serão contemplados com as doses do primeiro lote. Em Contagem, as prioridades são os profissionais na linha de frente da Covid-19 e idosos em asilos.
(Fonte: Gabriel Rodrigues e Rafaela Mansur – Jornal O Tempo)